O árbitro Bráulio da Silva Machado relatou na súmula a invasão de dois torcedores no gramado do Orlando Scarpelli, nos minutos finais da derrota do Figueirense para o Avaí, por 2 a 0, neste domingo. Com isso, o Furacão deve ser denunciado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e corre o risco de perder até 10 mandos de campo ou jogar com portões fechados, sem torcida.
O que pesa à favor do Alvinegro é que os torcedores foram rapidamente detidos e identificados pela Polícia Militar. Em casos semelhantes de invasão, os clubes julgados foram absolvidos da perda, sendo punidos com multa. Na final do Catarinense do ano passado, a torcida do Avaí invadiu o gramado da Ressacada para comemorar o título. Como pena, o clube teve que jogar uma partida com portões fechados – cumpriu na semana passada, na vitória sobre o Marcílio Dias, por 3 a 1.
No relato, Bráulio não cita nada diretamente sobre Bruno Silva. O jogador do Avaí teria gesticulado em direção aos torcedores do Figueirense fazendo com as mãos o placar do jogo (2 a 0). Isso gerou revolta, que ocasionou na invasão e confusão. Um torcedor do Furacão chegou até o banco de reservas azurra, mas foi derrubado por Gledson. Neste momento, o camisa 8 azurra tenta dar um chute nele, mas acerta o rosto do companheiro de time.
– Informo que aos 39 minutos do 2º tempo, a partida foi paralisada por 20 minutos, motivada pela invasão de 2 torcedores da equipe mandante que partiram em direção ao banco de reservas da equipe visitante, ato este que gerou um confronto coletivo dentro nas imediações do campo de jogo. Os torcedores foram apreendidos e identificados pela policia militar através do boletim de ocorrência circunstanciado nº5463437 . Informo ainda que durante a paralisação da partida torcedores localizados no local destinado a equipe mandante quebraram a proteção de acrílico, tendo a policia que intervir para conter uma nova invasão. Instantes após iniciou-se um conflito entre torcedores da mesma equipe neste setor. Após a situação ser controlada pela policia militar, foi realizada uma reunião entre o árbitro da partida, o comandante do Policiamento Major Sell e o vice presidente da Federação catarinense Marco Antonio Martins, onde foi exposta a preocupação da equipe de arbitragem com a segurança de torcedores e envolvidos no evento para continuidade da partida, sendo que esta foi garantida pelo chefe do policiamento (sic) – escreveu Bráulio.
Confusão generalizada na partida entre Figueirense x Avaí
O artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva diz: “Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto. PENA: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalente quando participante da competição oficial.
Ao fim do jogo, o Figueirense divulgou nota oficial em que diz “repudiar com veemência os atos de violência e vandalismo praticados por alguns torcedores”.
Policiamento teve que atuar para restabelecer a ordem — Foto: Carlos Rauen/NSC TV
Veja a nota do Figueirense na íntegra
O Figueirense Futebol Clube vem a público repudiar com veemência os atos de violência e vandalismo praticados por alguns torcedores – uma minoria, que de forma alguma representam a enorme e apaixonada torcida alvinegra -, no clássico deste domingo (02), contra o Avaí, no Estádio Orlando Scarpelli.
As confusões causadas por esses indivíduos, além de gerar um grande prejuízo ao clube, já que houve depredação do nosso próprio patrimônio, podem causar punições ao time no decorrer do Campeonato Catarinense, como perda do mando de campo e multas.
O Figueirense Futebol Clube trabalha para identificar os infratores – tanto os que causaram prejuízos ao patrimônio do clube quanto os que praticaram atos de violência -, e vai colaborar com as autoridades para quaisquer investigações que se façam necessárias. O clube também vai exigir daqueles que depredaram o estádio que custeie os reparos e prejuízos.
Por fim, o Figueirense também repudia as atitudes do atleta do Avaí, Bruno Silva, totalmente antidesportivas, ao provocar de forma hostil os torcedores alvinegros e, durante a confusão, agredir, de forma covarde, o torcedor do Furacão, que já estava imobilizado e não apresentava mais nenhum risco. A invasão praticada pelo torcedor de maneira alguma se justifica, porém é descabido que um atleta profissional de futebol desfira um golpe covarde em um torcedor que se encontra no chão e desprotegido. A reação desproporcional do jogador avaiano certamente colaborou para que a confusão tomasse proporções ainda maiores.
O Figueirense pede às autoridades que tomem as devidas providências, principalmente no âmbito esportivo, já que atitudes como essa em nada acrescentam ao espetáculo que é o futebol, especialmente em um clássico do tamanho de Figueirense e Avaí. (Globo Esporte)