O novo coronavírus, que surgiu em dezembro em Wuhan, província da China, já chegou a 11 países, incluindo França e Estados Unidos e deixou o mundo em estado de alerta. E o âmbito esportivo, é claro, também está sendo bastante afetado. No país asiático, arenas esportivas foram fechadas, eventos estão sendo cancelados e, com isso, o Japão já se preocupa pela proximidade com a Olimpíada de Tóquio, que se inicia no dia 26 de julho de 2020, até porque o país já teve três casos registrados.
– Medidas contra doenças infecciosas constituem uma parte importante de nossos planos para sediar Jogos Olímpicos seguros e protegidos – afirmou a Tóquio 2020, comitê responsável pela organização dos Jogos, em comunicado emitido durante a semana, no qual explica que está trabalhando com as autoridades de saúde do país.
Estádio Ninho do Pássaro em Pequim, na China — Foto: Feng Li / Getty Images
Para se ter uma ideia, o Estádio Olímpico de Pequim, conhecido como Ninho de Pássaro, palco das Cerimônias de Abertura e Encerramento e do atletismo dos Jogos de 2008 e um dos símbolos do megaevento, foi fechado pelo governo chinês, por causa da epidemia de coronavírus, que já matou oficialmente 41 pessoas e infectou mais de 1.300 no país. A medida foi tomada para tentar impedir a propagação da doença.
O cancelamento da Maratona de Hong Kong foi anunciado neste domingo. Líder local, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor declarou “alto nível de emergência”. A corrida – com várias categorias – aconteceria nos dias 8 e 9 de fevereiro e já tinha 74 mil inscritos. Todos eles receberão os valores das inscrições de volta.
– A saúde pública é a nossa prioridade – dizia uma nota oficial emitida pela organização.
Também neste domingo, a China se retirou como país-sede do torneio qualificatório do futebol feminino para Tóquio 2020 por conta do coronavírus. O evento, que acontece em fevereiro, foi realocado para Sydney, na Austrália. O anúncio foi feito pela Confederação Asiática de Futebol (AFC). Curiosamente, o round final do evento estava originalmente marcado para Wuhan, a cidade chinesa que é o epicentro do coronavírus. O local já havia sido alterado para Nanquim antes de ir para terras australianas.
Esquiva Falcão tem luta cancelada na China — Foto: @kumbiaa_
Há atletas brasileiros sendo afetados. Por causa do coronavírus, o lutador Esquiva Falcão desistiu de viajar para a China na noite de quinta-feira para enfrentar Ainiwaer Yilixiati, no dia 2 de fevereiro, em Haikou. Durante o dia, o boxeador disse que ia embarcar rumo ao país asiático porque todos os cuidados tinham sido tomados por ele e sua equipe. (Globo Esporte)
Mas o embarque foi cancelado. A promotora dos combates de Esquiva Falcão orientou o lutador e sua equipe a permanecerem nos Estados Unidos. O combate do boxeador capixaba, invicto na carreira profissional, era pelo título mundial silver do WBC (World Boxing Council) e também eliminatório para o título mundial da categoria dos médios. Ainda não foi informado se o confronto de Esquiva Falcão e o chinês Ainiwaer Yilixiati foi cancelado ou ocorrerá em outro local.
A propagação da doença também já havia feito o Comitê Olímpico Internacional (COI), na terça-feira, cancelar a realização do pré-olímpico de boxe da Ásia e Oceania, que estava previsto para ocorrer a partir do dia 3 de fevereiro, em Wuhan.
Além do cancelamento de eventos e fechamento de instalações esportivas, outros pontos turísticos do país foram fechados, como trechos da Murada da China, além dos túmulos da dinastia Ming e a floresta Yinshan Pagoda. A previsão é a de que as atrações voltem a funcionar na próxima semana. (Globo Esporte)