Na semana passada, a teoria da conspiração andou solta aqui no Brasil. O governador Witzel do Rio de Janeiro, para se eximir de culpa, atribuiu a possível sabotagem a queda da qualidade da água na capital do Estado.

 

Só que não explicou como seria essa ação criminosa, pois ao que parece é o excesso de fezes no manancial que abastece a maior parte da cidade que ocasionou o desequilíbrio. Será que alguém provocou uma súbita diarreia na a população carioca para elevar a poluição do Rio Guandu?

 

No mesmo dia o ex-secretário de Cultura, depois de ser flagrado usando termos nazistas, copiados de um ministro de Hitler resolveu atribuir ao Diabo a escolha das frases, do cenário e da música de fundo na apresentação que o fez perder o cargo.

 

Ora vejam! Com tanta coisa que o Diabo tem pra fazer nesse vasto mundo, que segundo os crentes, é regido pelas suas forças malignas, não sei como ele arruma tempo para preocupar-se individualmente com um secretário obscuro aqui do terceiro mundo. Isto mais parece uma manifestação de arrogância de alguém que se acha tão importante a ponto de merecer a atenção pessoal do temido Chifrudo.

 

A substituição do Roberto Alvim – o secretário sabotado pelo Capeta – foi feita rapidamente, após pressão dos generais que têm alguma influência sobre Presidente. A atriz Regina Duarte – a escolhida para substituir o neonazista – parece avessa a teorias conspiratórias e tem bom trânsito no meio.

 

Também já manifestou a excelente ideia de apaziguar a relação do governo com os artistas, mas o risco de sair queimada é muito grande.

 

Temos ainda nessa semana complicada a coroação da nova Joana d’Arc que vai salvar o mundo, da opressão da direita. Tal qual a Santa que libertaria a França do domínio inglês, esta vai livrar o mundo da ganância dos capitalistas que o destruiriam irremediavelmente em muito pouco tempo. Muitos que estão em Davos (Suíça), por conveniência política ou por infantilidade, estão dispostos a elegê-la o principal personagem do encontro.

 

A garota Greta Thumberg, que é a Santa Joana D’Arc dos tempos modernos pode sair de Davos como a nova heroína mundial da causa ambientalista. A grande diferença dela para a original é que, pelo menos até agora, não consta que tenha retransmitido mensagens recebidas do arcanjo Gabriel. Mas se calhar de lhe acontecer alguma coisa ruim pode ser até canonizada como santa protetora do meio ambiente.

 

Por sorte o Presidente Bolsonaro não vai a Davos. O risco de confronto com a Greta seria muito grande. Enquanto isso, lembrando crianças de baixo extrato, que se deleitam em xingamentos, principalmente os que envolvem a mãe do outro, ele – o Presidente – se diverte na saída do palácio humilhando jornalistas com expressões ofensivas que lembram meninos mal educados insultando os desafetos.

 

Se fosse a Davos e a pirralha – como ele chama a Greta – lhe perguntasse qualquer coisa sobre preservação ambiental no Brasil, por certo ouviria, como os jornalistas brasileiros tem escutado sempre “por que você não pergunta pra sua mãe?”

 

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.