O destino final da minha viagem cultural pela Itália, França e Espanha foi Barcelona. A capital da Catalunha não só rivaliza com Madri, como também, se considera à altura das grandes cidades europeias.

Embora a Cidade Velha (Ciutat Velha) tenha muitos monumentos históricos, Barcelona é mais conhecida pelos edifícios do bairro Eixample, testemunhos da explosão artística do modernismo.

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A Cidade Velha, cortada pela famosa avenida da cidade, Las Ramblas, é um dos extensos e harmoniosos centros medievais da Europa. Ao caminhar pelas ruas estreitas do Bairro Gótico (Barri Gòtic) fiquei maravilhado com o verdadeiro centro de Barcelona. A começar pela catedral gótica, com uma capela românica (Capella de Santa Llúcia) e um belo caustro, começou a ser construída sob Jaime II sobre as fundações de uma construção que remonta os visigodos.

A fachada e a agulha são do século 19, acrescentadas à construção original, gótica. Entre os tesouros do interior, estão pinturas medievais catalãs. Essa parte da cidade foi o lugar escolhido pelos romanos, no reino de Augusto (27 a.C. a 14 d.C.), para fundar a nova colônia. Desde então, é o lugar onde ficam os edifícios administrativos de Barcelona. Perto fica também o Palácio Real, onde Cristóvão Colombo foi recebido, pelos Reis Católicos Fernando e Isabel, na volta de sua viagem ao Novo Mundo.

Quase no fim do século 19, surgiu em Barcelona um novo estilo de arte e arquitetura, chamado Modernisme. Floresceu a partir de 1854, quando se decidiu derrubar as muralhas medievais para permitir que a cidade se desenvolvesse no que havia sido anteriormente uma zona militar sem construções. Os projetos do engenheiro civil Ildefonso Cerdà i Sunyer (1815-76) foram escolhidos para esta expansão (Eixample) em direção ao interior. Os planos seguiam uma rígida disposição de suas ruas perfeitamente simétricas, com esquinas que permitiam que os edifícios tivessem vista para os dois lados de um cruzamento ou praças.

Entre as poucas exceções a esse planejamento, há a Avenida Diagonal – uma avenida principal que se vai da próspera área de Pedralles até o mar – e o Hospital de la Santa Creu i de Sant Pau, do arquiteto modernista Domenèch i Montaner (1850-1923). E é justamente no meio da Avenida Diagonal, que encontramos deslizando nos trilhos de Barcelona, o Veículo Leve sobre Trilhos.

Por apenas 2,50 euros, você pode circular de VLT pelas linhas T1, T2 e T3, saindo da parte alta da Avenida Diagonal em direção ao oeste de Barcelona. Já as linhas T4, T5 e T6 circulam pelo leste de Barcelona em direção a Badalona e Sat Adrià.

Como o VLT está integrado com o sistema de transporte da cidade, as mesmas passagens são válidas para o metrô e o ônibus. A construção do metrô de Barcelona começou em 1920, e em apenas quatro anos aconteceu a inauguração do primeiro trecho. Desde então, a rede de metrô não parou de crescer até alcançar 143 km, divididos em 12 linhas que atendem 198 estações. Enquanto isso, em Cuiabá, as obras do VLT estão paralisadas há mais de 8 anos num descaso total das autoridades constituídas.

A riqueza e a paixão da elite comercial de Barcelona, pelo novo, permitiram que os arquitetos tivessem total liberdade ao projetar as casas particulares e os edifícios públicos da cidade. Não há como deixar de destacar o famoso arquiteto espanhol e figura de ponta do Modernismo catalão, Antoni Gaudí. A obra-prima, a inacabada Sagrada Família, é um dos monumentos mais visitados na Espanha. Eu tive o privilégio de participar das orações com os nossos irmãos catalães nesse Patrimônio Mundial da Unesco.

Por último, a minha despedida, e de Sandra, da agradável Barcelona foi num charmoso restaurante na Praça Real, no Bairro Gótico. Estivemos acompanhados do simpático casal cuiabano, Gersin Monteiro e Miriam Bodstein, um dos casais mais queridos da nossa Cuiabá. O prato não poderia ser diferente: Paelha!

Compartilhei com vocês essa experiência de vida e cultura. Sou grato por isso. Conhecer outras culturas e a história de outros povos nos faz mais humanos e nos aproxima mais do Criador em sua bondade de nos fazer diferentes e construtores de tão variadas formas de expressar. Viajar e partilhar é um direito que todos deveríamos ter e desfrutar. E mais que tudo, trazer, partilhar e usar em nossa comunidade o que aprendemos com os outros.

Desejo a todos que desfrutem e compartilhem a vida em família e com suas comunidades, em paz e harmonia.

*VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá-Várzea Grande.

CONTATO:  www.facebook.com/vicente.vuolo