Em 22 de dezembro do ano de 1988, no Acre, foi assassinado Francisco Mendes Filho, o Chico Mendes.

A comoção foi enorme, naturalmente, pela bandeira que ele empunhava contra a exploração e desmatamento da Floresta Amazônica. Essa data ficou marcada para sempre na história dos heróis pátrios, instigando a todos a uma maior reflexão sobre a preservação da natureza.

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Foi com Chico Mendes que os brasileiros passaram a uma maior profundidade na reflexão sobre a ecologia. Desde então, o país passou a viver de maneira diferente a temática. O debate foi fomentado.

Passou-se a pensar e perceber que aquele triste assassinato traria ponderações importantes, socialmente. O uso consciente da natureza é estudado e pesquisado por todos e todas. Crianças e adolescentes passaram a carregar no assunto em suas discussões familiares.

É premissa atual: evitar desperdícios, tanto de água quanto de alimentos com a prática do consumo consciente; uso racional de energia; destino correto de resíduos orgânicos; reciclagem de lixos; uso moderado de veículos automotores; reutilização de copos descartáveis, utensílios e sacolas, e por aí afora.

Gerações do presente e do futuro já estão sendo prejudicadas sobremaneira com as muitas irresponsabilidades de outrora. A biosfera perece com o consumismo exacerbado, sem controle. Pensar na natureza como de uso a promover recursos é negar essa luta já travada por Chico Mendes, e outros.

A “Mãe Natureza” tem reagido com escassez do petróleo, secas intermináveis e o tão temido aquecimento global, como resultado desse mundo consumerista.

A Hipótese de Gaia, ou a Hipótese da Resposta da Terra, elaborada pelo cientista inglês James Lovelock, denomina a Terra como sendo um único organismo vivo.

Assim, a contrapartida surge com a eliminação dos detritos da natureza, fazendo com que a “doença” terrena ocorra. Se os organismos bióticos controlam os abióticos, acontece o equilíbrio, sustentando a vida.

O mês de dezembro sempre vem recheado de emoções pelas datas comemorativas, e que o dia 22 seja, também, um marco para mais reflexão sobre a existência humana: somos natureza.

É por aí…

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO é formado em Filosofia e Direito e escreve aos domingos em A Gazeta (email: antunesdebarros@hotmail.com).