Sem medo. Assim o Monterrey vai encarar o poderoso Liverpool, nesta quarta-feira, às 13h30 (horário de MT) na segunda semifinal do Mundial de Clubes. Em entrevista coletiva, o técnico Antonio Mohamed do time mexicano elogiou o rival, mas frisou que o time mexicano não foi ao Catar para passear. O vencedor deste confronto enfrenta o Flamengo na grande decisão no próximo sábado (21), às 13h30 (de MT).
– Temos total respeito pelo Liverpool, um dos melhores times do mundo. Mas temos que estar preocupados conosco. Temos um grande desejo de vencer. Não viemos aqui no testar e perder. Vamos curtir a partida, mas estamos aqui para vencer. Não há nada impossível no futebol – afirmou o técnico Antonio Mohamed, que continuou com seu discurso otimista e destemido.
– O mais importante é não cometer erros e evitá-los. Temos a ambição de derrotar o Liverpool e vamos lutar até o último minuto por isso.
O zagueiro e capitão Nicola Sanchez fez coro ao treinador.
– Nós não tememos ninguém. Vamos aproveitar o jogo e buscar a vitória.
KLOPP DESCARTA FAVORITISMO DO LIVERPOOL
Em entrevista coletiva na véspera da semifinal do Mundial de Clubes contra o Monterrey, o técnico Jürgen Klopp, do Liverpool, descartou o favoritismo do clube na competição. E ainda evitou falar sobre um possível duelo com o Flamengo na decisão no sábado.
– Por representarem a América do Sul e nós a Europa, se imagina a presença dos dois na final, esse favoritismo. Mas no futebol, eu acredito, que todo mundo tem chance de ganhar. Se não fosse assim, a Copa do Mundo já estaria decidida antes de começar. Mas temos jogos pela frente. Não penso no Flamengo. Eu só penso no Monterrey. Os dois times são potenciais adversários. Mas não preferimos um ou outro. Eu vi Monterrey e Al Saad. Foi técnico, intenso, muito rápido, jogo duro. Não pensamos em nomes, não viemos aqui para isso. Representamos a Europa, mas não carregamos o peso dela nas costa – afirmou Klopp, para, em seguida, enfatizar a seriedade com a qual o Liverpool encara o torneio no Catar.
Klopp desfilou bom humor na coletiva, que contou com cerca de 150 jornalistas na sala de imprensa do estádio Khalifa Internacional. Perguntado sobre o Monterrey, o treinador elogiou o rival, frisou que ainda vai passar mais detalhes sobre o time mexicano aos seus jogadores, mas também brincou.
– Eu estive no México pela primeira vez no último verão e foi maravilhoso. Recomendo para vocês. Sobre o Monterrey, já vimos algumas coisas, sobre o desempenho dele no campeonato mexicano após a mudança de técnico. Não perderam. Eles têm uma maneira específica de jogar, jogadores bons taticamente. Será interessante. Não quero falar muito sobre tática , mas fiquei impressionado pelas coisas que vi. Muitos mexicanos jogam na Europa e são brilhantes, muito bons tecnicamente. Eles estão num momento interessante, brigando pela liderança do campeonato. Temos muito respeito pelo Monterrey e estamos ansiosos por esse jogo.
Confira abaixo outros trechos da coletiva de Klopp:
Klopp mostrou o habitual bom humor na coletiva em Doha — Foto: Rodrigo Lois
“Meu trabalho é ajudar os jogadores o máximo possível, e às vezes nesses períodos intensos eu preciso lembrá-los de serem resistentes. Mas não posso fazer isso o tempo todo. Sou mais calmo hoje do que antes. Nós tivemos alguém aqui observando o gramado do estádio. O treino ontem foi brilhante, excelente gramado. Minha preocupação na vinda da Inglaterra, nunca estive no Catar, mas os campos estão maravilhosos, não serão uma preocupação.”
Situações de Wijnaldum e Van Dijk
“A lesão de Wijnaldum não é tão séria como imaginávamos. Ele está aqui, fazendo a recuperação e a reabilitação, o que é necessário. Mas vamos ver no dia a dia. Amanhã à noite ele não joga. Van Dijk está bem. Nós tivemos que fazer recuperações diferentes de acordo com cada um. Essa foi a razão por ele não ter treinado ontem. Mas Van Dijk está bem. Todo o resto do elenco está bem.”
Respeito pelo Mundial na Inglaterra
“Eu não sei sobre respeito na Inglaterra. (faz uma brincadeira com jornalista inglês). Estamos aqui agora e estamos completamente focados. Se me perguntassem antes, se deveria ter uma competição mundial de clubes no meio da nossa temporada, eu diria não. Essa é a minha modesta opinião. Nós estamos aqui, então para nós agora é o torneio mais importante do mundo. Se aumentar o torneio no futuro? Tem que ver com as ligas, com os campeonatos nacionais, como encaixar isso. Esse é o problema. Os planos da Fifa sobre uma competição de clubes no verão… Ao mesmo tempo da Copa Africana de Nações… é complicado. Muitas pessoas estão interessadas, eu gosto de estar aqui, temos muitos fãs aqui, dessa parte do mundo. É legal vir aqui. Mas do ponto de vista de organização, todos precisam pensar nisso. A Fifa não pode organizar uma competição no verão e a Uefa dizer “Ah, nós jogamos uma também”, no mesmo momento, e a América do Sul dizer, por exemplo, que tem algo mais importante. Não é fácil, precisamos achar um denominador comum. Você não pode ir adicionando competições. Isso não funciona. Talvez a Fifa não goste da minha opinião. Mas é o que eu acho.”
Homossexualidade no Catar
“Eu tenho minha opinião sobre futebol. Tenho opinião sobre isso também, mas é um tema muito sério. Há pessoas mais capazes para falar sobre isso, mais influentes. O que eu falar sobre isso hoje só geraria uma manchete, negativa ou positiva. Não é assim que deve funcionar. Gostei da pergunta, me interesso pelo assunto. Mas não cabe a mim falar sobre esse tema, sou a pessoa errada. Chegamos aqui e fomos muito bem recebidos. Essa é a nossa situação. Se a Fifa organizou a competição aqui, ou em outro lugar do mundo, eles têm a responsabilidade de pensar sobre isso. Nós representamos principalmente o Liverpool e a Europa. Somos convidados, nos classificamos. Atletas devem pensar que são parte de competição. No momento tudo está ótimo para nós. Minha opinião sobre homossexualidade, outros temas, eu tenho. Minha opinião pessoal é claro que devemos ser tratados igualmente. Mas só estamos aqui por pouco tempo, para treinar e jogar. As pessoas não devem se preocupar de vir aqui, se você respeitar a cultura local, as regras daqui. O mesmo acontece na Inglaterra, por exemplo. Essa é a minha resposta honesta. É claro que você pode vir aqui.”
Melhor time do mundo?