Vou tentar relacionar uma série de fatos e aproximá-los da eleição de algumas prefeituras em Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso, Sinop, Primavera do leste, Agua Boa, Campo Verde. Mas existem outras igualmente se enquadrando no perfil tratado neste artigo.

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A crise dos desmatamentos e dos incêndios na Amazônia trouxe o Brasil pra o cenário internacional mais do que estava. As respostas ambientais abrirão enorme credibilidade no mundo e o interesse por comprar produtos brasileiros. Aumentará mercados. O credenciamento de 7 frigoríficos bovinos estaduais à exportação pra China já reflete fortemente no preço da carne e nos mercados de gado bovino.

A importação de grandes quantidades de soja pela China força o mercado interno brasileiro. A escala compensa os apertos de custos e lucros dos produtores. Tem mais: a produção de etanol de milho na região do Médio Norte tende a abrir imensos mercados. Exemplo: a China quer limpar a sua matriz energética suja de hoje causada pelo carvão que ela usa pra gerar energia elétrica. Será um enorme comprador no curtíssimo prazo.

Entra ainda a estabilização da economia brasileira, a queda nos juros, a entrada de capital externo no financiamento da produção agropecuária e os investimentos externos em consequência de tudo isso. Se passarem as reformas tributária a de modernização do Estado, mais o pacote anti-crime do ministro Sergio Moro, o Brasil vai receber grandes partidas de investimentos internacionais.

Dito isso, vamos ao drama dos prefeitos dos municípios citados. Todos relacionados de algum modo com os cenários. Imaginemos Cuiabá e Várzea Grande. Sobre a capital pesará a carga de suporte de serviços em todas as áreas. Logo, o planejamento, hoje inexistente, passará a ser prioridade. Segundo, A gestão precisa sair da visão exclusivamente doméstica pra uma visão futurista e abrangente. Vejo candidaturas despontando e o discurso é o mesmo de sempre: pobre e vazio!

Em Várzea Grande o cenário é ainda mais pobre. Nos demais municípios, por estarem diretamente envolvidos nas transformações a sua tradição de eleger bons prefeitos é melhor do que na capital e nos municípios tradicionais.

Olhando pra qualquer direção, vê-se que Mato Grosso estará no radar de qualquer visão positiva de futuro no curtíssimo prazo. Logo, não cabem mais políticos paroquiais com o olho cravado no próprio umbigo. Ser prefeito de Cuiabá na próxima gestão é muito maior do que parece. É ser capaz de compreender o futuro próximo! E de dar respostas muito diferentes das que imaginam os possíveis candidatos.

*ONOFRE RIBEIRO   é jornalista e escritor em Mato Grosso

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