Muitas vezes na minha infância colocava-me como iscas psicológicas, e em vários momentos, fazia exposições de meus erros de forma espontânea, para entender até onde poderia confiar nas pessoas próximas e assim poder conhecê-las melhor.
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Por isso, fui muitas vezes criticado na minha meninice, aparentemente por ser puro de tudo, mas muitas vezes, eu colocava os erros expostos, apenas com a inversão das palavras, assim:
– lá vem o boi com o homem no laço;
– estou com dores no meu coelho do braço esquerdo;
E assim, provoca risos e propagação de deboches entre os parentes que repetiam entre eles sobre minhas palavras erradas, e as usavam como forma de julgamento, e assim, eu era classificado como um ser de “pouca inteligência”.
Expor pequenos erros, é também uma forma de conhecer as pessoas, pois estas estão a vascular os nossos erros como instrumento de julgamento, e mesmo que durante a nossa vida consigamos praticar milhares de acertos e somados as ações construtivas genuinamente nossas, mesmo assim, seremos julgados por um pequeno erro.
O importante na verdade é não errar, mas isso é quase impossível, e diante dessa certeza, ao cometer um pequeno erro, e que não trará prejuízo para ninguém, mas só a nós mesmo, e que serve para aliar os nossos momentos, será sempre importante sorrir de nós mesmo, e às vezes, até sorrir mentalmente das outras pessoas, pois elas estarão de qualquer forma, nos julgando e se colocando como sábias das nossas verdades.
Mas, jamais devemos pensar em devolver os pré-julgamentos, pois o importante é saber desde sempre, o quanto é importante o valor do aprendizado, pois estamos passando por várias moradas, nas seguidas estações evolutivas da vida, somos todos iguais e falíveis em cometer erros e acertos.
E assim, pude compreender as pessoas desde a minha infância e ao conhecê-las, passei a entender o mundo e as suasdiversidades com as várias ações pessoais praticadas, e sofre menos com as pessoas, por não esperarpor gratidão ou alimentar menosexpectativas de reconhecimento nos atos e pactos sociais.
Com isso, desfazemos das dores pela não aceitação dos nossos iguais e passamos a aceitar as pessoas como elas são, pois a verdadeira felicidade é entender as pessoas com os seus erros, e a nós, sabermos desenvolver o poder do autoconhecimento, só assim, estaremos preparados para aceitar as nossas deficiências, mas acima de tudo, saber que nenhum de nós, por ainda estarmos por aqui, é porque ainda temos muito que aprender e muitas missões a serem compridas, mas acima de tudo, fica sempre a certeza de que ainda não alcançamos a perfeição da alma.
*WILSON CARLOS FUÁH é economista; Especialista em Recursos Humanos, Relações Sociais e Políticas.
CONTATO: wilsonfua@gmail.com