Finalista da Libertadores e muito próximo do título Brasileiro, o Flamengo vive uma temporada mágica, com muitos destaques individuais. E Bruno Henrique é um dos principais. Ao lado de Gabigol, contribuiu para os números expressivos do time, especialmente no ataque, que já marcou 135 gols em 2019. Com tanto sucesso, o camisa 27 surge como um dos candidatos ao “Rei da América”, tradicional prêmio dado pelo jornal uruguaio “El País” ao melhor jogador do continente.
O último jogador rubro-negro a conquistar o prêmio foi Zico, que ganhou em 1977, 81 e 82. Outros ficaram em segundo, como Fillol, em 84, e Guerrero, em 2017, além do próprio Zico, em 80. Junior, em 81, e Edmundo, em 1995, ficaram em terceiro. Agora, em 2019, Bruno Henrique é um dos que pode novamente colocar o nome do Flamengo no topo. Para isso, a conquista do título frente ao River Plate seria um grande empurrão.
Em 56 jogos nesta temporada, Bruno já fez 31 gols. Cinco foram na Libertadores, dois a menos do que Gabigol. O jogador foi de suma importância nos duelos das quartas de final e semifinal, contra Internacional e Grêmio, quando fez quatro gols. Poupado na vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, domingo, em Porto Alegre, o atacante chegará descansado para tentar infernizar os argentinos.
– Temos grandes jogadores que podem se transformar em Rei da América. Se eu for lembrado, ficarei muito feliz. Fazer história pelo Flamengo é mais importante do que ser um rei. Primeiro títulos, depois rei. Espero que a gente consiga conquistar – disse Bruno Henrique.
A ótima temporada pelo Flamengo é uma grande volta por cima para Bruno Henrique. Depois de um 2017 de destaque, o jogador teve muitos problemas de lesão no ano passado e não conseguiu uma sequência.
– Jogar no Flamengo não é fácil, muitos jogadores passaram pelo clube e não conseguiram desempenhar um bom futebol. Graças a Deus eu consegui. Cheguei e entendi o que é vestir a camisa do Flamengo. Não esperava um momento tão bom. Também tive um momento bom pelo Santos em 2017. O que eu queria em 2019 era retomar aquele futebol. Em 2018, minha lesão atrapalhou. Estava desacreditado se poderia voltar a jogar em alto nível.
Velocidade e impulsão: as armas do “imparável” Bruno Henrique
A mentalidade ofensiva do técnico Jorge Jesus contribui para o sucesso do ataque do Flamengo. Tanto Bruno Henrique quanto Gabigol ajudam na marcação, mas a prioridade é que estejam sempre preparados para pisar na área adversária.
Aí, a qualidade da dupla costuma resolver.
– Eu jogava de ponta e tinha que marcar até o pau da bandeira. Hoje, não preciso marcar tanto assim. O Mister pede para eu e Gabriel irmos no máximo até a meia-lua. Mais próximos do gol, mostramos um poder de decisão muito grande. Sempre procuramos um ao outro para quem estiver em melhor condição para fazer o gol – disse Bruno Henrique.
Comemoração de Bruno Henrique e Gabigol em gol do Flamengo — Foto: André Durão
As virtudes físicas do atacante são armas que fazem os marcadores rivais terem um trabalho muito difícil. Além de ser o mais rápido, Bruno também se destaca na impulsão – 62 centímetros, o segundo no ranking do elenco rubro-negro.
– É uma coisa minha. Não sei se teve alguma influência, mas já subi muito muro, pé de manga… Várias coisas que crianças fazem. Essa impulsão acho que tenho desde o berço. Eu sempre fui o que pulava mais. Não sei dizer qual das duas é maior (velocidade ou impulsão), mas a impulsão acho que é fora do normal. Contra o Corinthians, no lance que eu dou de bicicleta, fiquei olhando depois o quanto eu consigo subir.
Bruno Henrique domina na área e manda de bicicleta, mas a bola vai para fora aos 10 do 2º tempo
No quesito impulsão, o atacante perde apenas para o zagueiro Rodrigo Caio.
– Não tem como, ele pula muito. É bom a gente usar isso para sobressair contra nossos adversários.
O Flamengo faz a final da Libertadores com o River Plate no próximo sábado, às 17h (de Brasília) em Lima, no Peru. (Globo Esporte)