Para uma campanha perfeita, uma vitória irretocável. O Corinthians conquistou neste sábado o Campeonato Paulista Feminino ao bater o São Paulo por 3 a 0 em Itaquera, confirmando a vantagem alcançada no jogo de ida, no Morumbi, quando já havia vencido por 1 a 0. A taça é incontestável: tem a marca de uma trajetória invicta, com 100% de aproveitamento, no campeonato. Victoria Albuquerque abriu o placar ainda no primeiro tempo; Juliete e Millene completaram no segundo, diante de quase 30 mil torcedores.
Campanha avassaladora
A campanha do Corinthians foi impecável no Paulistão. Venceu todos os 20 jogos que disputou, com 67 gols marcados e apenas sete sofridos. Antes, o time havia vencido a Libertadores em outubro, contra a Ferroviária, para quem perdeu o Brasileirão nos pênaltis um mês antes.
O primeiro tempo
O Corinthians foi bastante superior ao São Paulo no primeiro tempo, foi para o intervalo vencendo por 1 a 0 e poderia ter feito ainda mais. O gol da vantagem saiu logo no começo do jogo, com quatro minutos: Victoria Albuquerque recebeu após desvio de cabeça de Giovanna Crivelari e mandou por cobertura. Na sequência, a própria Victoria quase fez o segundo – Antônia cortou em cima da linha. A goleira Carla passou a trabalhar para salvar o São Paulo, que aos poucos conseguiu se soltar e fez a outra goleira, Tainá, também trabalhar – especialmente em conclusão perigosa de Brenda, aos 36 minutos.
Para ficar com o título, o São Paulo precisaria virar e levar a decisão aos pênaltis. Mas novo gol do Corinthians, na largada do segundo tempo, praticamente definiu o título. Aos três minutos, em belo contra-ataque, Milene cruzou da direita para Juliete marcar. Com o 2 a 0 no placar, as jogadoras do Timão só precisaram administrar a vantagem. Chutes de Millene e Tamires ameaçaram o São Paulo, que tentou reagir, sem sucesso, com chute de Brenda – que acertou a rede por fora. Quem acabou marcando foi, novamente, o Corinthians. Millene, aos 35, fez o terceiro e confirmou o título para o Timão.
Ronaldo na Arena
Teve Fenômeno na área. Ronaldo foi à Arena e assisiu ao jogo junto com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
Emoção pura
Jajá, lateral reserva do São Paulo, chorou muito antes do jogo. Era a emoção por tudo que cercava a final: o grande público, a luta para chegar à decisão, o reconhecimento tão esperado. A atleta se emocionou ainda durante a reza com as atletas e seguiu assim até a bola rolar. Ela passou um mês na fisioterapia, se recuperando de lesão, e voltou a ser relacionada justamente na decisão.
– Independentemente de ser São Paulo, de ser Corinthians, hoje eu posso dizer que o futebol feminino lota estádio. Foi bonito, foi maravilhoso, emocionante ver a torcida do Corinthians apoiando o futebol feminino. Juntou tudo na minha cabeça, e não consegui segurar – disse a atleta à repórter Gabriela Ribeiro.
A técnica da seleção brasileira, Pia Sundhage, foi a Itaquera assistir à decisão. Esteve acompanhada por Beatriz Vaz, sua auxiliar, e dividiu o camarote com Emily Lima, ex-treinadora do Brasil.
A goleadora
Victoria Albuquerque, com o gol marcado na final, chegou a 11 no campeonato. Terminou a disputa como artilheira geral da competição. E poderia ter feito ainda mais. A atacante do Corinthians teve, por exemplo, um chute tirado em cima da linha pela zagueira Antonia, do São Paulo.
Recorde de público
A final foi acompanhada por 28.862 torcedores na Arena. Foi um recorde para jogos de futebol feminino no Brasil. O Corinthians distribuiu gratuitamente mais de 40 mil entradas, mas muitas delas acabaram nas mãos de cambistas. O jogo teve torcida única, como havia acontecido na partida de ida, no Morumbi.
(Globo Esporte)