Consolidada como principal ato de resistência e afirmação dos direitos LGBTQI+ em Mato Grosso, a Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá chega a sua 17ª edição neste sábado (16). O evento, que mistura comemoração e protesto, deve reunir cerca de 20 mil pessoas na Praça Ipiranga, no Centro da Capital. Dali, os militantes seguem em direção à Orla do Porto, onde um palco os receberá com apresentações artísticas regionais e nacionais.
De acordo com um dos organizadores do encontro, Clóvis Arantes, esta é uma maneira de ampliar o espaço de luta e de visibilidade a esta comunidade, dando visibilidade à causa e levando informação à sociedade. “Continuamos ainda tendo que gritar que existimos e queremos viver segundo nossos desejos. Contrariando a muitas pessoas desinformadas, não buscamos privilégios, mas exigimos igualdade de direitos e respeito às diferenças de cada um”, diz.
Presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual de Cuiabá, Valdomiro Arruda explica que, neste ano, o protesto começa pelo número edição: 17. “O número faz referência ao presidente do Brasil, que deixa claro sua opção de não garantir nossos direitos constitucionais, incluindo o direito a viver em um país democrático, com liberdade de ir e vir e de manifestar afeto. Pelo contrário, todos os esforços dele têm sido para criminalizar nosso movimento e nossa existência.”
Para além da sexualidade, o movimento estende o debate também à classe trabalhadora, abordando questões como a votação da Reforma da Previdência. As questões, pertinentes também à rotina dos LGBTQI+, consideram especialmente os obstáculos impostos a travestis, homens e mulheres transexuais. No Brasil, onde a expectativa de vida desta população não passa de 35 anos, os problemas começam ainda na fase escolar.
“Travestis, homens e mulheres trans sofrem todos os dias a dor de serem preteridos quando saem em busca de uma vaga de trabalho. Não são poucas as denúncias de abuso, somente por conta da orientação sexual e, ou, identidade de gênero. Isso se apresenta nas mais variadas formas. Diante disso é preciso perguntar: como seria um mercado de trabalho possível para, de fato incluir a todos? Quais serviços estão reservados às pessoas LGBTQI+? Teremos direito a aposentadoria?”, questiona Clóvis.
Ao longo do trajeto, que cruza a Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e Rua XV Novembro, milhares de pessoas vão colorir as ruas de Cuiabá. Unidas(os) pelo direto de amar, gritarão juntas: “tire seu preconceito do caminho, vamos passar com nosso amor! Não voltaremos para o armário. Somos e temos famílias, exigimos respeito!” A sua espera, artistas como cantores e cantoras da cena Cuiabana como : Seven, Henderson Santana, Almerinda, Pedro Tavares, Bia Trindade, Daiely Cristina, Wallazi, não poderiam faltar as grandes e talentosas Dragas, artistas da cidade de Cuiabá e do interior do Estado, darão início às apresentações, que se estendem até às 23h.