Há alguns anos tem-se observado um crescente número de pets nas residências das pessoas. Seja em apartamento ou casa, independente do espaço, hoje os cães e gatos compartilham diretamente do nosso ambiente familiar. Fazem parte de tal núcleo e é natural também que desenvolvam doenças antes pouco vistas, já que a expectativa de vida deles aumentou bastante. Somando-se a isso adquiriram hábitos “humanizados” como alimentação, sedentarismo etc.
Dentre as enfermidades observadas com maior frequência na clínica veterinária, podemos citar as “doenças de pele”, a ponto de hoje existirem médicos veterinários que se dedicam a tratar e cuidar somente de tais problemas.
Se antigamente os problemas cutâneos de pequenos animais eram muito mais relacionados a sarna, infestação de pulgas/carrapatos e micose…Na rotina veterinária atual, o profissional especializado atende na maioria das vezes, quadros alérgicos de diferentes causas. E, em menor número até mesmo doenças “incomuns” como enfermidades auto-imunes do tipo lúpus eritematoso e pênfigo, por exemplo.
A importância de se procurar um atendimento mais específico está relacionada aos constantes avanços no diagnóstico e tratamento de tais enfermidades. O médico veterinário altamente capacitado está em constante reciclagem e atualização; seja ao frequentar palestras, cursos e congressos (nacionais e internacionais), bem como através da leitura e participação em artigos e publicações científicas. Assim como acontece em medicina humana, é recomendável verificar se o profissional em questão está apto a exercer a atividade (Conselho Federal de Medicina Veterinária/Conselhos Regionais de Medicina Veterinária) e seus vínculos com as entidades de classe.
Portanto, não basta apenas “dizer se o animal tem sarna”. É preciso o conhecimento técnico para:
*indicar e/ou realizar os exames complementares específicos
*escolher o protocolo de tratamento, frente a infinidade de produtos disponíveis no mercado.
*saber se aquela medicação prescrita pode ser administrada em qualquer faixa etária ou durante a gestação.
*determinar na ocorrência de uma outra doença concomitante, se ocasiona reação adversa frente a um outro remédio em uso
*indicar se existe alguma contra-indicação naquele caso
*discutir a viabilidade do produto a ser prescrito: E ser executável dentro da realidade do tutor (entenda-se situação financeira, rotina diária, tempo e dedicação).
Enfim, a conduta terapêutica deve ser personalizada, individualizada e adequada a cada animal e, por consequencia ao seu tutor. Assim como para qualquer integrante da família, é nosso dever assegurar o melhor tratamento a ele, pois a saúde de seu pet se reflete na saúde, satisfação e a alegria de todos. Mas só depende de seu conhecimento e de sua escolha do profissional, até porque o “aparente barato”, pode sair MUITO caro…Infelizmente!
*SIMONI MARUYAMA – CRMV-MT 1507, Mestre em Ciências (com ênfase em Clínica Médica/Dermatologia Veterinária) pela FMVZ-USP, Pós-graduação lato senso em Dermatologia Veterinária (I-CEDV/USP), Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), Colaboradora do livro Tratado de Medicina Externa – Dermatologia Veterinária (Larsson &Lucas/ 2ed-2019, médica Veterinária da Clindog Clínica Veterinária
CONTATO: www.facebook.com/simoni.maruyama