No julgamento mais emblemático da história da Justiça Militar de Mato Grosso, no episódio de escutas telefônicas ilegais conhecido nacionalmente como Grampolândia Pantaneira, o coronel Zaqueu Barbosa, da Polícia Militar, foi condenado a oito anos de reclusão. Já o cabo Gérson Corrêa Júnior recebeu o perdão do Poder Judiciário.

Os Evandro Lesco e Ronelson Barros, e o tenente-coronel Januário Batista foram absolvidos.

Quatro coronéis formam o Conselho de Sentença: Valdemir Barbosa,  Elielson Metelo, Renato Júnior e Luiz Claudio Monteiro. Eles decidiram, no julgamento presidido pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara da Justiça Militar de Mato Grosso, sobre o caso da Grampolândia Pantaneira.

Responsável pela acusação, o  promotor de justiça Allan Sidney do Ó Souza, pediu a condenação de Zaqueu Barbosa a 23 anos de prisão. Já para cabo Gérson, o MP pediu 18 anos; enqunato para o coronel Lesco, Allan Sidney do Ó soliciotu condenação de cinco anos.

Contudo, o próprio pormotor de justiça solicitou a absolvição do coronel Ronelson Barros e do tenente coronel Januário Batista.

O julgamento foi iniciado nesta quarta-feira (6).  Foram dois dias de embates entre advogados e o promotor Alan do Ó de Souza, representante do Ministério Público, até se chegar às alegações finais.

Foram réus no caso os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros, além do tenente-coronel Januário Batista e o cabo Gerson Luiz Correa Júnior.

Eles  foram acusados pelo Ministério Público de operarem um esquema clandestino de grampos ilegais, em Mato Grosso. Foram alvos advogados, jornalistas e políticos, inclusive a deputada estadual Janaína Riva (MDE).

Três dos cinco réus admitiram a existência do esquema e apontaram o ex-governador Pedro Taques (PSDB) como o mandante dos grampos.

Assistente de acusação

A advogada Gabriela Cyrineu compareceu nesta quinta-feira (7) ao julgamento dos cinco militares acusados de participar um esquema de escutas telefônicas ilegais na Polícia Militar, entre os anos de 2014 e 2015, representando a deputada estadual Janaina Riva (MDB), uma das vítimas dos grampos.

Janaina Riva é assistente de acusação no processo que tramita na 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar, em Cuiabá, ao qual os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros, do tenente-coronel Januário Batista e do cabo Gerson Corrêa Júnior, respondem por ação militar ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação.

A advogada disse que entende que os réus devem ser absolvidos dos crimes militares e que devem responder pelas interceptações ilegais.

“Absolver não significa que se queira apagar o que aconteceu. Mas nós que representamos a deputada e a sociedade. Também esperamos e confiamos que a Justiça será feita e que esses acusados serão condenados no grau de culpabilidade que tiverem”, declarou.