As movimentações para o pleito eleitoral de 2020 continuam e começam a se intensificar ainda mais. Os representantes partidários numa tentativa mirabolante de atrair cada vez mais lideranças, agora começam a se utilizar dos grandes figurões, para que assim possam cativar os pretensos pré-candidatos.
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Alguns partidos já começam a desistir de formar a tão desejada e necessária “chapa pura”, optando por migrar com o grupo para um partido mais sólido e estruturado. Por outro lado, àqueles, que detém mandato, aguardam ansiosamente pela tão sonhada e conquistada janela partidária, para assim se encaixarem em um local onde possam prorrogar por mais quatro anos o seu mandato, garantindo a sua reeleição.
Matemáticas começam a ser feitas. Projetos de poder passam a ser discutidos com cada vez mais frequência. E, mais uma vez, a cidade e as suas necessidades ficam para o último plano. Todavia, nesse ano, um fato em especial, tem nos chamado bastante atenção.
Com a força que as redes e as mídias sociais já provaram ter, no pleito eleitoral passado, muitos já começam a abusar e investir pesado nelas. Alguns que nem mesmo antes possuíam as mesmas, nomeiam assessores diretos, com o intuito de criar seus perfis nas principais redes existentes, bombardeando os “feeds” e “stories” com postagens até mesmo emotivas.
São centenas publicações diárias, que vão desde as corriqueiras mensagens de “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite”, até as mais íntimas fotos e vídeos com a família, nos momentos de lazer e também de diversão.
As homenagens fazendo alusões ao dia das profissões e ocasiões também se intensificam de uma maneira jamais vista. Abraços, gargalhadas, fotos com os colegas de serviço e principalmente àqueles mais humildes também ganham destaque durante a divulgação.
Todas em uma tentativa avassaladora de alcançar o maior número de cidadãos possíveis, e se colocar em evidência. Nesse momento, muitos tomados pelo desespero de se promover, acabam se esquecendo que o cidadão já não é mais “bobo”, e “assiste” a todo esse espetáculo de camarote, na palma da sua mão, por meio do seu smartphone.
É claro que o corpo a corpo jamais será abolido dos momentos eleitorais, afinal esse contato é muito importante. Posto que cada localidade carrega consigo uma história, um sentimento, um anseio, um desejo de melhoria. E somente àqueles que convivem com os problemas diariamente é que podem falar dos mesmos.
No entanto, na contramão dessa pegada, com o mundo digital em que vivemos, a tendência é que o cidadão participe cada vez menos nas ruas e apenas faça a sua escolha criteriosa por meio das mídias sociais.
É nesse momento que se verifica aquela máxima: “o que importa nem sempre é a quantidade, mas sim a qualidade”.
E, nesse caso, é a qualidade dos conteúdos que fará a diferença no momento em que o cidadão for fazer a sua escolha. É fato consumado que ainda temos um longo caminho para percorrer, mas o importante é que o cidadão já começou a mudar, e permanece, em seu constante estágio de evolução, agora de uma forma digital.
Em síntese, a verdade é uma só. As redes sociais surgiram não apenas para facilitar e aproximar pessoas, mas sim também para selecionar e diferenciar, aqueles que possuem conteúdo e que sabem se posicionar, daqueles que apenas querem a utilizar para se promover e galgar da forma mais covarde o poder.
Para ser bem fiel à verdade dos fatos, o cidadão realmente já não é mais “bobo”, e a questão, resume-se em uma simples frase já dita anteriormente. “Àqueles que não apresentarem uma ideia sólida e de futuro para o cidadão, e apenas focar no poder financeiro e no ato abominável de se “pendurar” na máquina pública para galgar o poder, terão uma verdadeira decepção no ano que vem.
*GABRIEL GUILHERME DE OLIVEIRA VELOSO é Suplente de Vereador por Cuiabá e estudante de Direito da Universidade de Cuiabá (Unic).
CONTATO: gabrielguilherme560@gmail.com — — www.facebook.com/gabriel.guilherme.397