Ex-secretário de Segurança Pública, o delegado Rogers Elizandro Jarbas, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, se aposentou do cargo por tempo de contribuição. O ato assinado pelo governador Mauro Mendes (DEM) e pelo presidente do MT Prev, Elliton Oliveira de Souza, foi publicado no Diário Oficial do Estado com data da última quinta-feira, dia 31 de outubro.
“O governador do estado e o diretor presidente da MT Prev resolvem aposentar, voluntariamente, por tempo de contribuição, Rogers Elizandro Jarbas, nomeado efetivo no cargo de delegado de polícia, contando com 31 anos e 8 meses de tempo total de contribuição”, diz o ato.
Recentemente, Jarbas virou réu sob acusação de ameaçar o também delegado Flávio Henrique Stringueta. O caso, segundo a denúncia, foi registrado no dia 28 de março do ano passado, dentro de um supermercado de Cuiabá. Na ocasião, segundo o MPE, Rogers passou a seguir Stringueta, na tentativa de “mapeá-lo” em dois momentos.
Ato foi publicado no Diário Oficial — Foto: Reprodução
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), após as tentativas de intimidação no interior do supermercado, Rogers ainda procurou a vítima no estacionamento provocando uma discussão, chamando-o de “safado” e pedindo para resolver as coisas de “homem pra homem”.
As imagens do circuito interno, de acordo com a denúncia, demonstram que a investida de Rogers teve requinte de premeditação.
O delegado Flávio Stringueta registrou dois boletins de ocorrência contra Rogers.
Delegado Flávio Stringuetta registrou dois boletins de ameaça contra Jarbas Jarbas — Foto: Lenine Martins/Sesp-MT
Interceptações clandestinas
Striguetta foi um dos delegados responsáveis pelas investigações do esquema de interceptações clandestinas que teria monitorado ilegalmente dezenas de telefones em Mato Grosso, entre 2014 e 2015.
Ocorrido no auge da gestão do governador José Pedro Taques (PSDB), o episódio ficou conhecimento nacionalmente como Grampolândia Pantaneira e as investigações ainda não foram concluídas.
Rogers Jarbas é acusado de tentar obstruir essas investigações e, de acordo com a ação que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), teria usado o cargo para coagir delegados.
Além disso, o ex-secretário teria participado de um plano para instalação de uma microcâmera em uma farda, para espionar o desembargador Orlando Perri, que era relator do caso dos grampos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).