O senador Jayme Campos (DEM-MT) e o deputado Neri Geller, coordenador da bancada federal de Mato Grosso, participaram de audiência com a ministra da Agricultura Tereza Cristina. Entre os assuntos abordados, estão as futuras parcerias entre a pasta da Agricultura e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), a desburocratização do crédito rural com mudanças nas regras no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e a os processos de habilitação das plantas frigoríficas de Mato Grosso para exportar proteína para a China e outros países.
Durante o encontro, foi apresentado à ministra o presidente da FAPEMAT, Adriano Silva. O gestor da fundação destacou os trabalhos da fundação desenvolvidos nas pesquisas em vários setores de Mato Grosso, afirmando que a FAPEMAT pode ser um importante elo entre o governo federal, o setor produtivo agropecuário e as universidades. Tereza Cristina considerou importante a realização de pesquisas voltadas para as demandas do setor produtivo. Colocou-se à disposição para apoiar essas ações, levando ao Presidente da República a importância dos investimentos em pesquisas aplicadas.
O secretário de Agricultura Familiar e de Reforma Agrária de Mato Grosso, Silvano Amaral, presente no Ministério da Agricultura, destacou outro tema no encontro: a desburocratização do crédito rural, que levou ao conhecimento da ministra o apelo dos agricultores e cooperativas descentralização dos créditos, com o fim da obrigatoriedade de envio da documentação para Brasília, para que os estados recuperem a autonomia sobre a análise dos créditos.
Jayme Campos defendeu a necessidade de a ministra intervir para a mudança nas regras de liberação do FCO para atendimento da agricultura familiar. “Tenho sido um crítico do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) que, lamentavelmente, não tem atendido seus objetivos devido à centralização do crédito nas mãos do Banco do Brasil. É preciso dar oportunidade a entidades sólidas presentes no mercado como Sicred, Sicoob, entre outros”, afirmou.
Segundo disse, é necessário descentralizar e facilitar as operações de crédito, desburocratizando o acesso de quem mais precisa, como os pequenos produtores da Agricultura Familiar, para que o fundo possa cumprir sua finalidade. “Quando foi criado, esse fundo era também para alavancar o desenvolvimento econômico e social de algumas regiões, sobretudo as que estão empobrecidas nesta vasta região do Brasil. Essa era a filosofia do fundo constitucional. De lá para cá, ele não tem atendido a demanda dos pequenos, sobretudo no estado de Mato Grosso”, enfatizou.
Tubarões
O senador disse ainda ter percebido que só os “tubarões” estão acessando esses recursos. “A ministra Tereza Cristina, sensível ao crescimento de nosso estado, terá um papel preponderante nesse elo entre o governo federal e a agricultura familiar. Ela é extremamente preparada e conhecedora do assunto, tendo bastante experiência por onde passou e, tenho certeza que, junto com o Senado da República, vai trabalhar para a desburocratização da oferta de crédito aos pequenos produtores, bem como as mudanças nas regras do FCO”, afirmou.
Sobre os processos no MAPA das plantas frigoríficas de Mato Grosso que poderão ser habilitadas para exportar a proteína para a China, a ministra afirmou que, depois de serem inspecionadas pela autoridade sanitária chinesa, as empresas já poderão exportar imediatamente. Ela lembrou que no mês de maio, ela e uma comitiva viajaram para China e outros países asiáticos com o objetivo ampliarem a venda dos produtos agropecuários brasileiros. “Eles querem nossos produtos. Portanto, quem tiver com os processos dentro das especificidades, poderão exportar sem problema”, enfatizou.