Hoje, Dia Mundial da Psoríase, vamos falar dessa doença de pele inflamatória, crônica e redicivante, com enorme impacto no bem-estar físico e psíquico, que afeta mais visivelmente a pele, mas não é restrita apenas a ela, podendo afetar articulações, unhas e repercutir em outros sistemas e órgãos. Hoje em dia sabemos que existe uma associação da psoríase a outras doenças, que acontecem paralelas à psoríase, como obesidade, diabetes, síndrome metabólica, gordura no fígado. Todas essas comorbidades têm um fundo inflamatório.

A doença pode começar a se manifestar em qualquer idade, desde crianças aos idosos. Vale destacar que não é transmissível, para ter psoríase a pessoa tem que ter predisposição genética, ou seja, você vai desenvolver ou não de acordo com seu estilo de vida. Por exemplo, estresse emocional vai deflagrar a predisposição genética que a pessoa já tem. Obesidade, etilismo, tabagismo podem piorar a psoríase. O tabagismo atrapalha até mesmo o efeito da medicação.

Principais sintomas que chamam atenção são as lesões, as placas, vermelhas, altas

Os principais sintomas que chamam atenção são as lesões, as placas, vermelhas, altas, descamativas, que se manifestam em qualquer lugar do corpo, principalmente em joelhos, cotovelos, e pode ser generalizada afetando o couro cabeludo, área genital, enfim o corpo todo. Pode ou não coçar, de acordo com cada caso.

Doença inflamatória crônica, como várias outras – diabetes, hipertensão arterial, tem controle, porém não tem cura. É preciso graduar a psoríase para identificar sua gravidade, área afetada, compreender o estilo de vida do paciente, o quanto a doença afeta a qualidade de vida dele. De acordo com essa percepção, existe o tratamento tópico e o tratamento sistêmico: fototerapia, imunossupressores e imunobiológicos.

É importante procurar o médico ao primeiro sintoma da doença para controlar também as outras comorbidades associadas, como a artrite (inflamação das juntas), a principal que está associada em 30 a 40% em pessoas com as lesões cutâneas. Diagnósticos realizados precocemente pelo dermatologista aumentam as chances de bons resultados do tratamento. No Brasil, estima-se que a enfermidade atinja cerca de 5 milhões de indivíduos – ou seja, ela é relativamente frequente. O dermatologista é o especialista no tratamento da psoríase e quando necessário, pelas comorbidades (doenças concomitantes), poderá encaminhar o paciente para médicos de outras especialidades. Em Cuiabá, no Hospital Universitário Julio Muller existe um centro de referência para psoríase, se você percebeu sintomas, procure a policlínica do seu bairro que lhe encaminhará ao Julio Muller.

*ELIZABETEH VAZ é médica dermatologista, doutora em psoríase e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)