Mato Grosso deve ter 11 usinas de etanol de milho até 2021. Atualmente, são seis usinas operando e a instalação de mais cinco estão previstas para os próximos dois anos. A produção do biocombustível começou em 2012 e era produzido somente na entressafra de outros grãos. Com novos investimentos, em 2017 iniciou a primeira usina com operação específica de etanol de milho.
Segundo a União Nacional de Etanol de Milho (Unem), existem duas usinas em fase final de construção que devem entrar em operação no final do próximo ano, em Sorriso e Campo Novo do Parecis.
Há previsão de pelo menos mais três usinas que devem ser construídas e finalizadas em 2021, uma em Nova Marilândia e duas em Nova Mutum, a 261 km e a 269 km de Cuiabá, respectivamente.
Houve aumento de aproximadamente 66% na produção de etanol de milho de 2018 para 2019 no estado. Neste ano, a previsão da produção de etanol de milho em MT é de 1,1 bilhão de litros do combustível. No Brasil a produção fica em torno de 1,4 bilhão de litros produzidos só de etanol de milho.
A estimativa é que a produção deve continuar em escala crescente para 2020. A expectativa da Unem é de que o estado chegue a produzir cerca de 2 bilhões de litros de etanol de milho para o próximo ano.
O estado tem em operação seis usinas de etanol de milho, apenas três delas é de fabricação específica do biocombustível e as outras três produzem na entressafra de outros grãos.
Produção de milho em 2019 é de quase 32 milhões de toneladas — Foto: Secom-MT
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção de milho em 2019 é de quase 32 milhões de toneladas.
Um estudo realizado pela Agroicone, consultoria especializada, mostra que Mato Grosso é o maior produtor nacional de etanol de milho no país. Uma usina que produz cerca de 500 milhões de litros do biocombustível pode movimentar cerca de R$ 2,5 bilhões na economia do estado, estimativa de produção ao ano.
Uma usina que produz essa quantidade de litros do biocombustível ao ano, quando está em operação pode gerar o valor de produção em torno de R$ 2,5 bilhões, de Produto Interno Bruto (PIB) deve chegar a R$ 910 milhões e a arrecadação pode aumentar em R$ 73 milhões.
A usina em fase de aporte, quando está iniciando, em busca de subsídios e financiamento, tem capacidade movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão em toda a economia doméstica, neste valor está incluído o valor da produção, que é estimada em R$ 660 milhões e R$ 80 milhões em impostos recolhidos.
Geração de emprego
Inicialmente, a usina pode gerar cerca de 8,5 mil empregos diretos e indiretos no estado. O estado abriga seis usinas em operação e para o próximo ano deve ser instaladas mais duas usinas de biocombustível.
Flávio Peruzo, gerente comercial da usina em Sinop, a 503 km de Cuiabá, disse que o estado é privilegiado quanto a produção da matéria-prima, o milho. A indústria estuda o estado todo para ampliação dos negócios. A região norte tem características adicionais ao principal fator que é a abundância de matéria-prima, e com isso, o negócio é complementado e a conta no final fecha.
O fator logístico também é fundamental, pois o foco é muito dedicado ao mercado norte, via Miritituba, para explorar os mercados do Amazonas e Pará. A exportação via esse corredor faz a cabotagem de produto para o nordeste, que é um grande mercado consumidor do etanol de milho em especial, segundo Flávio.
A expectativa da União Nacional do Etanol de Milho é o um grande crescimento para os próximos anos. A entidade espera que os investimentos em logística, como na BR-163 e nas ferrovias, principalmente com vistas ao Eixo Norte, se concretize e haja a consolidação visando escoamento da produção ao Norte e Nordeste, além de um novo canal de exportação.
Além das usinas de Mato Grosso, no país há em funcionamento mas cinco usinas de produção do biocombustível derivado do milho. São três usinas em Goiás, uma em São Paulo e uma no Paraná, segundo a Unem.