No próximo dia 11 de novembro o Grupo de Trabalho formado pelo Governo Federal, Governo do Estado de Mato Grosso e Caixa Econômica Federal, decidirá sobre a conclusão das obras do VLT Várzea Grande – Cuiabá. A decisão do GT recairá sobre duas possibilidades: a evolução do transporte público com a conclusão das obras do VLT ou para o maior retrocesso da história de Mato Grosso com os ônibus poluentes. Leia Também:
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Diante de uma sociedade cada vez mais tecnológica e competitiva, é cada vez mais comum para a nova geração a ideia de que os carros deixarão de ser objeto de desejo, especialmente os mais jovens que vivem nos grandes centros.
A verdade, porém, vai muito além disso: ter um carro não é mais a prioridade da nova geração. Muito menos a circulação de veículos movidos a combustível fóssil como os ônibus a diesel. Os jovens desejam, sim, uma mobilidade urbana eficiente, econômica, com rapidez e ecologicamente correta. É aí que ganha importância o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a maioria das grandes cidades brasileiras tem concentração de poluentes acima do recomendado pela entidade. Cuiabá e Várzea Grande apresentam índices altos de poluição, ultrapassando os níveis de referência da OMS para a qualidade do ar em mais de cinco vezes. Isto porque possui só um modal de transporte, o rodoviário. Dos combustíveis, o diesel, usado em ônibus, é o mais agressivo.
A OMS alerta para os riscos de quem vive em regiões com o ar muito sujo. São comuns sintomas fáceis de notar, como garganta e boca secas, falta de ar e tosse – tentativas do corpo de jogar para fora os intrusos que entram pelo sistema respiratório. Outros sinais são silenciosos: maior risco de infarto, obesidade, prejuízo à memória e até mesmo impacto na fertilidade. O dióxido de carbono emitido pelos ônibus poluentes causa, também, asma, bronquite, câncer de pulmão e câncer de bexiga.
Estudo realizado por coletivo de alunos, professores e entidades comunitárias a partir de seminários e reuniões técnicas no escopo de projetos de extensão da UnB, aponta para o caos no transporte público com a insistência do BRT (Bus Rapid Transit) que nada mais é que o ônibus poluente.
Dentre os prejuízos causados pelos ônibus poluentes apontados pela Universidade de Brasília estão: não favorece a transferência do carro individual para o coletivo; estimula o monopólio do modal rodoviário…mais vias, viadutos, mais carros, congestionamento, custos; ao promover mais congestionamento, destrói a qualidade de vida; prejudica atratividade e competitividade da cidade; prejudica o urbanismo, saúde, segurança, meio ambiente, turismo, economia, emprego; prejudica o orçamento público, onera orçamento familiar; prejudica a diversidade e o equilíbrio de modais; dificulta, em geral impede, a ampliação de metrô, VLT, trens regionais e diversidade de transporte; Não promove a valorização imobiliária da região lindeira; não estrutura a mobilidade eficiente para o urbanismo sustentável; não favorece a inovação no transporte público; não atende a necessidade da cidade em diminuir o uso intensivo do carro face às mudanças do clima.
A transformação da questão dos ônibus poluentes em vômito de ignorância no coração de Cuiabá preocupa a parte humana da cidade cujo cérebro não foi contaminado pelos gases tóxicos da voracidade incondicional de lucros de empresários gananciosos.
Quando governantes vorazes por dinheiro acham que consumir o meio ambiente é lícito, confessam que o dinheiro de poucos é mais importante do que a vida de todos os cuiabanos e várzea-grandenses.
O Movimento Pró VLT entende que bravata e ignorância não resolvem problemas sociais, ambientais e da mobilidade urbana. É preciso sabedoria, espirito público e visão política.
*VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá-Várzea Grande.
CONTATO: www.facebook.com/vicente.vuolo