Rayane Alves

Consumidores de vários bairros de Cuiabá reclamam sobre a variação na conta de luz nos últimos dois meses. O aumento, em alguns casos, começa em 32% e chegam até 200% ou 250%.

O vendedor Júnior Oliveira, que mora no Jardim Mariana, por exemplo, recebeu a fatura do mês de julho no valor de R$ 575,68. Já no mês de agosto foi de R$ 577,22 e setembro a fatura alcançou R$ 761.73. O aumento em sua fatura foi de 32%.

Já uma moradora do bairro Tijucal, que preferiu não se identificar, e, costuma pagar entre R$ 200 a R$ 250 em sua casa se assustou com o valor da última tarifa. O boleto chegou nesta semana no valor de R$ 700, o que gerou um aumento de 250%.

“É inexplicável. Não tem nenhum outro eletrodoméstico na minha casa novo. É apenas um ar condicionado e um ventilador. Trabalho fora dia todo o que significa que uso apenas a noite. E, esses dias que choveram e ficaram mais fresco eu desliguei o ar para refrescar e desliguei. Esses valores explosivos sinceramente não tem explicação alguma”, afirmou.

História parecida é de Agenor Lourenço, de 75 anos. Ele é viúvo sempre usou ventilador em casa e a fatura não passava dos R$ 100. Agora, recentemente por conta da saúde frágil comprou um ar condicionado e o valor chegou aos R$ 350, sendo que segundo ele o aparelho é ligado parte da noite. Aumento calculado em 200%.

“Eu precisei ligar porque estava sem condições de dormir. Tenho problemas de saúde e o ar foi recomendado para não passar mal com o calor. Mais o valor pelo que reparei mais que dobra mesmo usando poucas horas da noite”, finalizou.

Outra consumidora ouvida pela reportagem se demonstrou bastante furiosa com o valor da fatura que chegou na sua residência. O valor de R$ 987,23 deve ser pago até o dia 23 deste mês, e o “pior sou idosa e recebo salário mínimo”.

“Vou ficar sem comer? Só vou viver de energia? Com que dinheiro vou fazer a compra do mês. Uma vergonha”, pontuou.

Outro lado

Procurada pela equipe de reportagem do Cuiabano News, a assessoria da concessionária explicou que o calor e a falta de umidade que atinge Mato Grosso nesse período do ano estão diretamente ligados com o aumento do consumo de energia elétrica.

Dados da Energisa mostram que essa variação é histórica – nos últimos anos, as famílias mato-grossenses consumiram, em média, 19% mais energia por mês em setembro e outubro do que entre janeiro e agosto. Essa mudança no consumo ocorre porque nesse período os mato-grossenses precisam usar mais equipamentos para manter o ambiente mais fresco e com mais umidade.

Somada a isso, está a forma como os eletrodomésticos consomem a energia elétrica nos dias mais quentes. Um ar-condicionado que estava ligado seis horas nos outros meses, por exemplo, usará mais energia para deixar o ambiente fresco nos dias mais quentes mesmo que utilizado pelo mesmo período de tempo. Ou seja, mesmo que o hábito de consumo não mude, é possível que haja um aumento na conta de energia, por conta das altas temperaturas.