Apenas nos seis primeiros meses deste ano, mais de 250 mil brasileiros viajaram ao Uruguai, um aumento de 6% em relação ao ano passado. A capital do país, Montevidéu, Punta del Este, Colônia do Sacramento e Carmelo são algumas das cidades mais conhecidas do país, que tem como pontos fortes o turismo gastronômico, de vinhos, esportes e natureza.
Os brasileiros ficam em segundo lugar no ranking dos visitantes ao Uruguai, atrás apenas dos argentinos. Para se ter uma ideia, em 2018, 466 mil brasileiros estiveram a passeio no país vizinho, muito menos que os mais de 2,3 milhões de argentinos.
Entre os brasileiros que mais visitam o Uruguai estão, naturalmente, os gaúchos, mais próximos geograficamente. Os brasileiros da região Sul somam, apenas este ano, cerca de 180 mil viagens ao país vizinho. Além da proximidade física, os gaúchos compartilham com os uruguaios vários aspectos culturais, como o hábito de tomar chimarrão (mate, para os uruguaios), a gastronomia (com prevalência das carnes vermelhas e churrascos), o agroturismo e os vinhedos.
A brasiliense Evie Gonçalves, 35 anos, jornalista, viajou ao Uruguai há poucos meses, com a mãe e o avô. Eles estiveram em Montevidéu, Punta del Este, Punta Ballena e Colônia do Sacramento. “Em termos de cidade, eu curti muito Colônia. O estilo de pedra, medieval, tem mais a ver comigo. Montevidéu é incrível, amei a Rambla (avenida à beira do Rio da Prata, que margeia a cidade), percorrê-la de bicicleta foi uma delícia”.
Para Evie, o ponto alto da viagem, no entanto, foi conhecer a Casapueblo, em Punta Ballena. O museu, que é uma das principais atrações do Uruguai, tem uma arquitetura que lembra construções gregas. Obra do artista Carlos Páez Vilaró, o museu oferece, todos os dias, a “Cerimônia ao Sol”, quando uma poesia de Vilaró é declamada durante o pôr do sol.
“Foi maravilhoso, uma experiência muito linda, ver o pôr do sol no oceano, naquela casa que é maravilhosa, inspira a arte. A arte faz parte da minha vida. Aquele poema recitado ali, exatamente no momento em que o sol se põe, para mim foi ponto alto da viagem”, contou Evie à Agência Brasil.
“O Uruguai já era um país que eu queria conhecer há muito tempo, um país vizinho, que considero muito “civilizado” dentro do atual contexto histórico e político da América do Sul. Eu queria conhecer por questões de afinidade mesmo, pela questão da liberação da maconha, que eu acho que qualquer país decente deveria praticar. Mas não só isso. É um país com direitos humanos assegurados, onde as pessoas têm liberdade de ir e vir. É um povo hospitaleiro, que acolhe, que tem políticas sociais muito próximas do que eu considero positivas e saudáveis para um país”.
A única crítica que Evie tem ao Uruguai é a questão dos preços. “Achei muito caro. Fiquei chocada com os preços. É mais caro do que algumas cidades da Europa. Para tomar uma cerveja, por exemplo, eu convertia e dava vinte reais”, afirma.