O Mundial de Atletismo de Doha chega ao seu encerramento neste domingo sem a participação do Brasil em nenhuma das provas derradeiras. Com isso, o país fechou a sua campanha na competição neste sábado com os quartos lugares de Darlan Romani no arremesso de peso e do revezamento 4x100m masculino. Após duas edições com medalhas solitárias – prata de Fabiana Murer no salto com vara em Moscou 2015 e bronze de Caio Bonfim na marcha atlética 20km em Londres 2017 -, o Brasil voltou a passar em branco em um Mundial após seis anos. Na avaliação da comissão técnica brasileira, não foi um resultado ruim.
– Se fizermos uma análise por pontos, foi a nossa segunda melhor participação em Mundiais, perdendo apenas para Sevilha 1999. Ficamos em 14º lugar com 25 pontos. Seis dos nossos oito finalistas terminaram entre os oito melhores. Tivemos ainda dois finalistas em provas de campo entre os 12. Sem contar nos dois personal bests (melhor marca da carreira do atleta), dois season bests (melhor marca do atleta no ano) e dos dois recordes sul-americanos – comentou o treinador-chefe da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), João Paulo Alves da Cunha.
Darlan Romani ficou muito perto da medalha no arremesso de peso — Foto: Wagner do Carmo/CBAt
De fato, apesar da ausência de medalhas, o Brasil volta do Catar com duas vagas olímpicas na bagagem. Por chegarem às respectivas finais, as equipes do revezamento 4x100m masculino e do revezamento 4x400m misto garantiram-se em Tóquio.
Outro dado positivo da campanha brasileira em Doha foi o alto número de finais alcançadas: oito. Com isso, o Brasil deste ano igualou-se ao do Mundial de Paris 2007, quando também chegou a oito decisões, recorde do país na competição.
Alison Bredom fez o melhor tempo da carreira na final dos 400m com barreiras — Foto: Wagner Carmo/CBAt
Terminado o Mundial, as atenções se voltam para a preparação olímpica. Pelo calendário da CBAt, os primeiros eventos preparatórios acontecerão em janeiro do ano que vem.
– Creio que estamos no caminho certo com um grupo bastante focado em evolução. Minha expectativa antes do evento era chegarmos em 10 finais, chegamos em seis individuais e duas em revezamentos. Nosso planejamento para Tóquio se inicia em janeiro/fevereiro com treinamento e competição indoor. De março a maio teremos campings e competições nos Estados Unidos. E, finalmente em julho, com a equipe toda na Europa, embarcaremos para Saitama – afirmou João Paulo Alves da Cunha.
Criado pela IAAF (Federação Internacional) em 1983, o Mundial de Atletismo teve outras 16 edições com 13 medalhas do Brasil. O único ouro foi conquistado por Fabiana Murer no salto com vara em Daegu 2011. A próxima edição da competição acontece em Eugene, nos Estados Unidos, em 2021. (Globo Esporte)