Enquanto tenta uma reaproximação com a Caixa Econômica Federal a fim de renegociar o financiamento do banco para a construção da Arena, o Corinthians também se defende na Justiça. Nesta sexta-feira, o clube apresentou embargos à execução da dívida com a estatal.

Como argumento, o Corinthians alega haver cobrança de valores indevidos, juros excessivos e em duplicidade. O Timão pede a suspensão da execução da dívida, retirada da Arena Itaquera S/A do Serasa e uma audiência de conciliação.

– As tratativas entre o Corinthians e a Caixa estão em andamento e acreditamos que a melhor solução para ambas as partes é o acordo. Porém, em razão da necessidade de atender ao prazo processual, apresentamos embargos à execução […] Ofertamos a título de garantia as quotas do fundo e esperamos que a execução seja suspensa – afirmou o diretor jurídico do clube, Fábio Trubilhano, em nota.

Nas conversas com a Caixa, o Corinthians pede a redução dos juros cobrados pelo banco. O Timão também tenta formalizar o acordo verbal que tinha com o banco para pagamento de menores prestações nos meses em que há menos jogos no estádio, de novembro a fevereiro.

As primeiras tratativas começaram nesta semana, e um novo encontre entre executivos do banco e do clube deve ocorrer até o fim do mês.

A Caixa emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. Já foram pagos R$ 170 milhões, de acordo com o Corinthians. Por conta de juros e correções, o valor da dívida, ainda de acordo com o clube, é de R$ 487 milhões. Já nas contas do banco estatal, o montante supera R$ 520 milhões. O valor da execução pedido pelo banco, já somado com a multa, é de R$ 536.092.853,27.

De acordo com documentos apresentados pela Caixa à Justiça, o clube deve seis parcelas deste ano do pagamento mensal que fazia ao banco estatal. Apenas duas parcelas foram pagas (janeiro e fevereiro).

Em reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians no começo da semana, o presidente Andrés Sanchez mais uma vez afirmou que está em débito apenas nos meses de junho e julho deste ano. Segundo ele, a diferença é porque a caixa não conta um acordo verbal que existiria entre as partes. Neste combinado, o clube pagaria parcelas mensais de R$ 5,7 milhões, de março a outubro, e R$ 2,5 milhões entre novembro e fevereiro. A Caixa, porém, considera apenas o que está em contrato. (Globo Esporte)