Tudo parece indicar que finalmente o Brasil produzirá mais soja do que os Estados Unidos na safra 2019/2020. O país já vem batendo na trave há pelo menos quatro anos, parece que agora, com a quebra prevista na safra norte-americana, superará o concorrente, aponta previsão realizada pela consultoria INTL FCStone.

Em sua primeira estimativa para a safra brasileira de soja 2019/2020, a FCStone prevê um recorde de produção, de 121,4 milhões de toneladas, um crescimento de 5,5% frente a 2018/2019. E a projeção é de que a produtividade de Mato Grosso contribua decisivamente o Brasil superar os norte-americanos, na sojicultura.

“Esse volume seria resultado de uma área plantada também recorde, de 36,4 milhões de hectares, com o aumento do plantio em vários estados, representando um crescimento médio de 1,6% em relação ao registrado no ciclo 2018/2019”, diz a analista, Ana Luiza Lodi.

Destaca-se a expansão sobre pastagens em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso do Sul, também há incorporação de algumas áreas de cana-de-açúcar.

No Rio Grande do Sul, a expectativa é de que o arroz perca áreas para a soja neste ano, principalmente na metade Sul do estado, além de alguma área de pastagem. Já na Bahia, espera-se a incorporação de áreas novas, além de expansão sobre o algodão.

Segundo estimativa divulgada pela consultoria nesta quinta-feira (05), o consumo interno de soja deve continuar crescendo com a produção de carnes e o aumento da mistura obrigatória de biodiesel. A expectativa é que a demanda doméstica atinja 46,5 milhões de toneladas.

“Quanto às exportações, uma safra maior abre espaço para o crescimento dos embarques, mas tudo vai depender do volume de compras chinesas e se um acordo comercial vai ser alcançado em breve ou não”, pondera a analista Ana Luiza. Com exportações em 75 milhões de toneladas, os estoques finais da safra 2019/20 continuariam em níveis reduzidos, estimados em 1,62 milhão de toneladas.