A Polícia Judiciária Civil informa que a delegada Ana Cristina Feldner passa a coordenar o grupo de trabalho que conduz os inquéritos policiais que apuram interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso. A decisão foi determinada pelo Poder Judiciário, que encaminhou ofício à Polícia Civil, nesta quarta-feira (11).

Ana Cristina Feldner assume o lugar do delegado Rafael Mendes Scatolon, que segundo a Polícia Civil, foi retirado dos inquéritos no dia 15 de agosto para atuar na Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz), em Cuiabá.

A decisão de realocação do delegado foi tomada devido à carência de delegados, na Delegacia Fazendária, após saída o delegado Marcelo Martins Torhacs, que foi para o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

As delegadas, Luciana Batista Canaverde e Jannira Laranjeira Siqueira Campos, permanecem nas investigações.

Pedro Taques e seu primo Paulo Taques são investigados

Entenda o caso
Os telefones foram interceptados com autorização judicial. Os documentos pedindo à Justiça autorização para isso foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, numa suposta investigação de crimes cometidos por PMs.

No entanto, foram juntados os telefones de quem não era suspeito de crime algum, numa manobra chamada “barriga de aluguel”.

O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, à época secretário de Segurança Pública. Em depoimento encaminhado à Procuradoria-Geral da República, ele afirmou que, naquele ano, ouviu o coronel Zaqueu Barbosa, comandante da PM à época, dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação do ex-governador Pedro Taques (PSDB).

Zaque alega ainda que levou o assunto ao governador, que ficou constrangido, mas não fez nenhum comentário. Depois, Taques acusou Zaque de fraudar um protocolo da denúncia no governo.