Um homem de 48 anos, imigrante oriundo do Haiti (Caribe), identificado como Roger Lane, morreu após ser baleado por um policial militar, no bairro Novo Paraíso, região Norte de Cuiabá. Segundo informações iniciais, o rapaz esfaqueou um policial na cabeça e foi baleado por outro militar para controlar as agressões. Ele sofria de transtorno mental e estava em surto há dois dias.
A coordenadora da Pastoral do Imigrante, Eliana Vitaliano, observou que a esposa do haitiano, explicou que foi até uma base da Polícia Militar de Mato Grosso, na última segunda-feira (9), para pedir ajuda, para controlar o homem, que estaria fora de controle, trancado dentro de casa.
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher teria sido agredida no domingo (8).
Dois policiais se deslocaram até à residência da família e se depararam com o homem completamente alterado, do ponto de vista psicológico. Ao perceber a presença dos militares, ele pegou uma faca que estava sobre a mesa e começou a ameaçar os policiais.
Os militares pediram para o rapaz soltar o objeto. Contudo, em determinado momento, ele atacou um dos agentes e desferiu golpes no rosto e na cabeça do PM.
Para defender o companheiro, o outro policial efetuou disparos contra o haitiano, que chegou a ser socorrido por uma equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele foi encaminhado para o Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade sanitária.
O soldado foi levado para um hospital particular, onde recebeu atendimento. Ele não corre risco de morrer.
Em entrevista, Eliana Vitaliano contou que Roger estava desde 2015, no Brasil, e tinha tido o primeiro episódio de surto há dois anos. Ele havia sido medicado com remédios controlados, mas interrompeu o tratamento e voltou a apresentar um comportamento agressivo.
Segundo a coordenadora da Pastoral do Imigrante, ele e a esposa enfrentavam problemas com a documentação e tinham até novembro para regularizar a situação.
O caso será investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Judiciária Civil, e pela Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.