O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT), em parceria com a Energisa, realizou um teste em um equipamento de monitoramento de incêndios, com o objetivo de encontrar a melhor solução para evitar que o fogo, que por vezes atinge áreas rurais, interrompa o fornecimento de energia elétrica.
O teste foi realizado em uma área de Santo Antônio de Leverger, com o uso do sistema NEMo, um sensor com Inteligência Artificial desenvolvido pela Nokia, que é capaz de detectar um foco de calor e enviar a localização em tempo real para a Central de Controle Integrado da Energisa, que poderá agilizar o combate através de um acionamento mais rápido da equipe dos bombeiros.
Em 2025, Mato Grosso registrou 7.202 focos de calor durante o período proibitivo do uso do fogo, um número abaixo da média histórica para o período. Desse total, foram registradas 96 ocorrências envolvendo incêndios próximos às estruturas de distribuição, resultando na interrupção do fornecimento de energia para 83.934 consumidores.
“Estamos realizando algumas iniciativas de monitoramento de queimadas na tentativa de verificar quais soluções se adequam às necessidades do estado de tratar os problemas relacionados com queimadas. Essa iniciativa com a Nokia é uma experimentação que quer validar tecnicamente se o sensor funciona e checar se poderá ser aplicado com a efetividade esperada” explicou o engenheiro de Operação da Energisa, José Otávio Chighine.
A primeira etapa do teste ocorreu entre os meses de junho e setembro deste ano, na Linha de Distribuição de Alta Tensão Ferro Norte/Couto Magalhães, em Alto Araguaia. Diversos aparelhos foram colocados de forma estratégica para captar os incêndios florestais da região.
A segunda etapa ocorreu na estrada de Santo Antônio de Leverger. Com o uso de tonéis, os militares do Corpo de Bombeiros criaram focos de incêndio programados. Ao todo, 11 sensores foram posicionados em postes da rede elétrica, no entorno do incêndio. Pouco mais de dez minutos após o início do fogo, o primeiro sensor, instalado a 46 metros, encaminhou o primeiro aviso para a Central de Controle.
No total, cinco sensores foram acionados em um intervalo de trinta minutos, um deles instalado a 137 metros de distância do incêndio. Somente os sensores que estavam na direção do vento foram acionados.
De acordo com o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes, iniciativas como essa, resultado do alinhamento entre o Estado e a iniciativa privada, demonstram que Mato Grosso segue em busca de soluções modernas e colaborativas para o enfrentamento dos incêndios florestais.
“Temos atuado de forma articulada com produtores rurais, concessionárias, municípios e diversos setores do Estado porque compreendemos que a gestão do fogo é uma responsabilidade compartilhada. O SICRAIF é um exemplo emblemático dessa visão, especialmente para o combate aos incêndios em áreas rurais, pois é uma plataforma que conecta o poder público, o setor produtivo e a sociedade em uma ampla rede de apoio, fortalecendo a prevenção e ampliando a eficiência das ações de resposta. A soma de esforços, aliada à inovação tecnológica, é o caminho para reduzir danos ambientais e garantir a segurança das estruturas essenciais”, afirmou o coronel.
*Com informações da Energisa

