O contador Eduardo Martins foi preso nesta terça-feira (11) durante o cumprimento da Operação Domínio Fantasma, que investiga um esquema de fraudes eletrônicas, criação de empresas falsas para lavagem de dinheiro e aplicação de golpes em Cuiabá e Sorriso.
Ele é proprietário das empresas, a EMX Contabilidade e EMX Recebimentos Real x USDT, além de apontar que abriu mais de “4000 mil CNPJs pelo Brasil”
A ação busca desarticular um esquema criminoso milionário envolvido fraudes eletrônicas e a criação de empresas de fachadas para lavagem do dinheiro adquirido com o crime.
As investigações começaram após um alerta da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), que identificou a criação massiva de empresas por um único contador, a maioria delas cadastrada em um mesmo endereço em Cuiabá.
No local, funcionava uma sala comercial sem qualquer identificação, usada como sede de empresas que existiam apenas no papel.

Entre as ordens judiciais cumpridas estão um mandado de prisão preventiva contra o mentor do esquema, sete de busca e apreensão, duas medidas cautelares diversas de prisão, sequestro de valores no valor de R$ 5 milhões, dois mandados de sequestro de imóveis e cinco mandados de sequestro de veículos de luxo.
Foram apreendidos um Porshe Cayenne de cor branca, uma Mercedes GLA 200 prata e um Ford Fusion preto. Um montante de dinheiro em notas foi encontrado em uma bolsa Kirvano, marca de plataforma de pagamentos e ferramentas para a venda de produtos digitais, como cursos on-line, e-books e mentorias.
Eduardo usou seu conhecimento técnico para fabricar centenas de CNPJs e viabilizar golpes de e-commerce em todo o país. Ele responde pelos crimes de associação criminosa, fraudes eletrônicas, lavagem de dinheiro e crime contra a relação de consumo.
A investigação apontou que o contador criava centenas de CNPJs para aplicar golpes de e-commerce em todo o país. A polícia identificou 310 empresas abertas pelo investigado entre os anos de 2020 e 2024, das quais 182 já estavam baixadas ou suspensas.
Para praticar os golpes, ele criava CNPJs em nome de “laranjas”, geralmente jovens de baixa renda, residentes fora de Mato Grosso, para servirem de fachada. Os CNPJs eram usados para registrar sites de e-commerce falsos, de diferentes segmentos como brinquedos, roupas e roupas masculinas, entre outros.
Os sites eram impulsionados com anúncios patrocinados nas plataformas digitais. Em um dos casos, os criminosos clonaram o site da loja de uma marca famosa no ramo de cosméticos para enganar clientes.
O contador deve responder pelos crimes de associação criminosa, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e crime contra as relações de consumo.

