Uma galeria do Museu do Louvre, em Paris, foi alvo de um roubo na manhã deste domingo (19), segundo informações do G1. A ação durou apenas sete minutos e foi executada por um grupo de até quatro criminosos, que usaram um guindaste acoplado a um caminhão para acessar o local.
Armados e portando pequenas motosserras, os criminosos fugiram em uma scooter após o roubo. O Louvre foi fechado e permanecerá sem acesso ao público durante todo o dia, informou o governo francês.
Não é a primeira vez que um roubo acontece no museu. Na verdade, a instituição de arte mais visitada do mundo tem um longo histórico de furtos e tentativas de roubo. A seguir, relembre outros casos notáveis:
1. Quando a Mona Lisa foi roubada por funcionário
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/7/3/kUBMNASRKL5auwBqfBBA/mona-lisa-by-leonardo-da-vinci-from-c2rmf-retouched.jpg)
Em 21 de agosto de 1911, Vincenzo Peruggia, um funcionário do próprio museu, retirou a pintura “Mona Lisa” da moldura e a escondeu sob o casaco. O desaparecimento da obra-prima de Leonardo da Vinci durou mais de dois anos e mobilizou uma investigação minuciosa da polícia francesa. Entre os suspeitos, chegou a ser interrogado até o pintor espanhol Pablo Picasso.
O mistério foi desvendado apenas em dezembro de 1913, quando Peruggia tentou vender a pintura a um colecionador em Florença, na Itália. Desconfiado, o comprador avisou as autoridades, que prenderam o ladrão.
Em janeiro de 1914, a “Mona Lisa” retornou triunfante ao Louvre, recebida com entusiasmo e alívio pelo público. Desde então, a obra passou a contar com rigorosas medidas de segurança, como vidro à prova de balas e vigilância armada. Embora hoje seja considerada a pintura mais famosa do mundo, o quadro só alcançou esse status após o roubo. A intensa cobertura da imprensa internacional durante o período em que esteve desaparecida transformou a obra em um fenômeno global.
2. Furto de armaduras renascentistas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/q/s/4S4mThT6Gfp6q8Zf09TA/evj8u0nxuaehczi.webp)
Duas peças do Renascimento, um capacete e ua armadura corporal, foram roubadas quando estavam em exibição no Louvre durante a noite de 31 de maio a 1° de junho de 1983.
Os itens, feitos em Milão, na Itália, e incrustados em ouro e prata, só foram recuperados em 2021, quase quatro décadas depois. Conforme a CNN, a baronesa Salomon de Rothschild deu a armadura ao estado francês em 1922.
3. O sumiço das estatuetas fenícias
Um estudo conduzido pelo fundador da Associação para a Pesquisa de Crimes contra a Arte (ARCA), Noah Charney, conta que quando a “Mona Lisa” foi roubada em 1911, Pablo Picasso e o poeta Guillaume Apollinaire foram levados pela polícia de Paris para interrogatório. Eles eram inocentes em relação ao roubo da obra de Da Vinci, contudo, eram culpados de terem furtado estatuetas do Louvre.
Em uma cômoda de Picasso, estavam escondidas várias cabeças de estátuas ibéricas antigas que haviam sido roubadas do museu em 1907 pelo secretário de Apollinaire, Honoré-Joseph Géry Pieret, “quase certamente” a pedido do próprio Picasso.
Certa noite, enquanto Pablo Picasso, Apollinaire e Pieret jantavam, eles revelaram sua admiração pelas esculturas ibéricas. Pieret disse aos dois que a segurança do Louvre era péssima e que conseguiria facilmente roubar os itens para os amigos. E assim fez: colocou uma estátua no casaco e saiu andando com ela. Alguns dias depois, repetiu o feito com um segundo busto.
Picasso teria pago a ele 50 francos pelo roubo. Embora Apollinaire tenha ficado com uma das estátuas por um tempo, eventualmente as duas ficaram com Picasso, que as usou como inspiração para a obra Les Demoiselles d’Avignon (1907), que retrata cinco prostitutas nuas em um bordel.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/Q/3/BwIUSPRsSbxjnAVycoyg/avignon.jpg)
4. Roubo de Corot
Em 3 de maio de 1998, enquanto centenas de visitantes do Louvre aproveitavam aquela adorável tarde de domingo, um ladrão arrombou uma caixa de vidro de segurança contendo uma tela do pintor paisagista francês Jean‑Baptiste Camille Corot e a cortou da moldura.
Após a equipe do museu notar a pintura desaparecida, as portas de saída foram imediatamente trancadas e todas as bolsas carregadas por cada visitante foram revistadas minuciosamente, até a busca ser concluída, sem sucesso, muitas horas depois. A obra de arte roubada foi Le Chemin de Sèvres, pintada por Camille Corot em 1858-1859. A pequena pintura em forma de pilão, com 34 centímetros de altura e 49 centímetros de largura, era então avaliada em US$ 1,3 milhão e ainda não foi encontrada até hoje.
5. Os roubos de 1994
Na ocasião do roubo de Le Chemin de Sèvres, o jornal Folha de S.Paulo lembrou que quatro anos antes também havia ocorrido um roubo parecido, no qual só fora deixada a moldura e o vidro de proteção de um quadro de Robert Nanteuil (1623-1678), chamado “Retrato de Robert Nanteuil”.
Seis meses depois, um ladrão conseguiu cortar, em cinco minutos, um quadro do século 19 de Turpin de Crissé antes de sair caminhando pela porta. Naquele momento, o museu contava com 240 seguranças. Uma semana depois, em um novo roubo, uma alabarda do século 17, pesando 17 quilos, foi arrancada de uma escultura de bronze.
(Por Redação Galileu)