Terceiro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e prata no Mundial de Budapeste 2017, o judoca cuiabano David Moura não repetiu suas boas atuações e ficou sem medalha em sua categoria (+pesado) no Campeonato Mundial de Judô que acontece em Tóquio, no Japão. Após derrota para um sul-coreano nas quartas de final, ele foi vencido por pelo freguês Roy Meyer, da Holanda, na repescagem.
Integrando a delegação brasileira que buscava medalhas na competição, Moura teve, na fase classificatória, Rakan Zaidan, da Arábia Saudita, e Vito Dragic, da Eslovênia, tendo facilidade na primeira e dificuldade na segunda luta, até chegar nas quartas de final contra Minjong Kim, da Coreia do Sul. Moura foi derrotado pelo sul-coreano no fim da luta, depois de começar bem melhor no confronto e foi para a repescagem.
Na repescagem, o rival foi o holandês Roy Meyer. Nesse embate, o europeu acabou levando a melhor na imobilização e tirou as chances de pódio do brasileiro, que terminou a competição em sétimo lugar e lamentou a derrota:
Ao final da luta, o judoca cuiabano lamentou muito: “É até difícil falar. O Meyer é um cara que eu nunca tinha perdido. Errei e paguei o preço. Tem dia que a gente ganha, tem dia que a gente perde. Eu acho que sempre tem o que melhorar, evoluir, eu não esperava perder no chão assim mais, meu braço ficou preso, tive que rodar. Mas é digerir os erros para as próximas. Quando perco eu tenho perdido por golpe baixo. Tenho que melhorar isso”.
O atleta da Holanda que venceu David Moura terminou com o bronze. O ouro entre os pesos-pesados foi para Lukas Krpalek, campeão olímpico e mundial do -100kg que subiu de peso, e bateu Hisayoshi Harasawa, do Japão, na final.
BRASIL NO MUNDIAL
David Moura não foi o único a começar bem e terminar mal na competição. O Brasil entrou no último dia de disputas individuais no Japão, empolgado e com quatro atletas com chances de medalha na categoria dos pesados: David Moura e Rafael Silva, números 3 e 5 do ranking mundial do +100kg, e Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza, que estão na quarta e na nona posição respectivamente da lista da Federação Internacional de Judô (IJF). Todos alcançaram o bloco final. E, no fim das contas, nenhum chegou ao pódio. Rafael, Suelen e Bia acabaram na quinta posição, enquanto David foi o sétimo.
Bronze nas duas últimas Olimpíadas, Rafael Silva foi o brasileiro que chegou mais perto do pódio. Ele estava melhor do que o sul-coreano Kim Min-jong, mas perdeu e ficou em quinto. O atleta se machucou antes do Pan de Lima – uma fratura na mão – ficando fora da competição, e tentou todos os tratamentos possíveis para se recuperar para o Mundial. Ele afirmou que ainda está sem força na mão e ficou feliz por ter disputado o pódio.
Maria Suelen na derrota para Idalys Ortiz, de Cuba — Foto: REUTERS / Issei Kato
As meninas do Brasil também acabaram em quinto. Maria Suelen Altheman encarou a japonesa Sarah Asahina, campeã mundial de 2018, na luta pelo bronze, e levou a pior. Já Beatriz Souza se desdobrou para super um problema no joelho direito, caiu várias vezes no chão, foi muito aplaudida pela torcida, mas não aguentou até o fim e viu a turca Kayra Sayit levar a medalha.
A brasileira saiu chorando muito. O ouro na categoria -78kg ficou com a japonesa Akira Sone, que desbancou ninguém menos que a cubana Idalys Ortiz, bicampeã do mundo e campeã olímpica.
Os caminhos dos brasileiros
Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza
Maria Suelen Altheman iniciou contra a fortíssima chinesa Yan Wang. A asiática levou dois shidos, e a brasileira venceu por ippon emplacando um golpe na sequência. Em seguida, foi a vez de Melissa Mojica, e outra vitória por ippon da atleta do Brasil. Nas quartas, veio Iryna Kindzerska, atleta do Azerbaijão e medalhista de bronze do Mundial de Budapeste 2017, que também não foi páreo.
Na semi, encontrou a bicampeã mundial e campeã olímpica Idalys Ortiz, franca favorita, com 16 vitórias em 16 partidas no histórico entre as duas. E foi a 17ª derrota, já que, no Golden Score, a judoca de Cuba atirou a brasileira no tatame e se garantiu na decisão diante da japonesa Akira Sone, empurrando Suelen para a disputa pelo bronze contra ninguém menos que a campeã mundial Sarah Asahina, do Japão. A nipônica fez valer seu favoritismo dentro de casa e saiu vitoriosa, deixando a brasileira em quinto na competição.
– Foi duro perder a medalha de ouro. Preciso melhorar minha técnica para Tóquio 2020. Meus amigos e família vieram hoje torcer para mim. Eles torceram muito, eu estava muito empolgada e feliz por lutar em casa. Não saio completamente satisfeita, mas ao menos saio com o bronze – comentou Sarah Asahina.
Maria Suelen no Mundial de Judô de Tóquio — Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br
Beatriz Souza, por sua vez, começou sua trajetória contra Nina Cutro-Kelly, vencendo em 34 segundos por ippon. Depois, encarou Mercedesz Szigetvari e, em 1min14, nova vitória por ippon. No terceiro confronto, uma adversária de peso, Idalys Ortiz. Após um embate equilibrado, a brasileira foi imobilizada e caiu nas quartas, parando na repescagem, onde encarou Iryna Kindzerska, do Azerbaijão, pelo bronze. Depois de um waza-ari, venceu por ippon.
Beatriz Souza no Mundial de Judô de Tóquio — Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br
Rafael Silva e David Moura
Rafael Silva, o Baby, começou contra Harun Sadikovic, da Bósnia e Herzegovina, e venceu por waza-ari. Na sequência, veio Vladut Simionescu, da Romênia. Mais um triunfo. Nas quartas, encontrou o japonês Hisayoshi Harasawa. A luta pela semi foi muito truncada. Enquanto o japonês foi punido com dois shidos, o brasileiro acabou levando três, ou seja, teve a derrota confirmada, seguindo para a repescagem, onde encontrou o holandês Henk Grol.
Depois de levar dois shidos, o atleta da Holanda foi derrubado pelo do Brasil, que venceu e seguiu para a disputa do bronze. O sul-coreano Kim Min-jong mostrava mais volume de luta contra Baby no combate pela medalha, mas o brasileiro era mais perigoso em seus ataques. Baby parecia mais inteiro na luta, que foi à prorrogação, mas foi surpreendido por um contra-golpe e acabou tomando o ippon, saindo sem medalha. Ele, entretanto, ficou feliz por ter chegado tão longe, já que não está 100% após a fratura na mão.
Rafael Silva no Mundial de Judô de Tóquio — Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br
Mundial de Judô
Local: Nippon Budokan – Tóquio, Japão
Capacidade: 10.000 lugares
Transmissão: finais às 7h no SporTV 3
AGENDA (horários de Brasília)
DIA 8 (01/09)
Equipes mistas
Classificatórias – 1h
Finais – 7h20
(Com informações do Globo Esporte)