Cada dia mais se consolida a ligação entre MT e a Bolívia. O mais recente ato nessa aproximação será a compra, por empresa com base nos dois estados de Mato Grosso, de gás de cozinha do país vizinho. Essa compra anual é maior que toda a do Paraguai.

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Está próxima também a sociedade entre a empresa de petróleo e gás da Bolívia com a MT-Gás. Gás virá de forma constante pelo gasoduto que chega a Cuiabá. Gás que servirá não somente para a termelétrica, mas também para abastecer diretamente as indústrias.
            O asfalto entre Santa Cruz de la Sierra e San Matias está, aos poucos, sendo feito. Quando chegar a San Matias, MT estaria ligado aos países andinos por asfalto. Lugar com mais de 140 milhões de pessoas, com PIB regional perto de um trilhão de dólares.
              É incompressível como ainda não saiu o voo entre Cuiabá e Santa Cruz. Não é o governo boliviano que está amarrando, é a burocracia daqui mesmo. Comenta-se que a Polícia Federal, Anvisa e órgão da agricultura já deram o aval para receberem os voos de lá. Que somente Receita Federal estaria amarrando o assunto. Alguém poderia explicar esse absurdo? Com o voo, turismo e negócios aumentariam.
            Se pode afirmar que, devido aos crescentes interesses mútuos, virá um acordo entre os dois interesses para controle e combata ao tráfico de drogas, armas e carros na fronteira entre MT e a Bolívia.

            Com as coisas caminhando por esse lado, talvez seja tempo de voltar a olhar para a integração de MT com vizinhos sul-americanos através da hidrovia Paraguai-Paraná. Aquela que, saindo de Cáceres, percorre 3.442 km e sai no Atlântico, passando pelo MS, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
              Mato Grosso tem o mais barato meio transporte para esses países. Lugar com 65 milhões habitantes, com PIB (sem o Brasil) acima de 700 bilhões de dólares.
            A hidrovia necessita de um novo porto. Um porto mais abaixo onde o rio se alarga e foge da sinuosidade que precisa de dragagens e onde fica a maioria das pousadas da região de Cáceres.
O porto lá embaixo acaba ajudando a preservar essa área turística regional.

            Foi elaborado estudo circunstanciado sobre o porto e impacto ambiental por Universidade do Paraná e discutido em diversas audiências.
O porto é altamente viável sem destruir nada do meio ambiente pantaneiro.
            A empresa que construir um porto no rio Paraguai para fazer transporte de cargas não faria o absurdo de maltratar o meio ambiente. Não conseguira cargas e estaria fadada ao fracasso.
            Hoje os barcos se adaptam ao rio, viajam entre boias virtuais e guiados por satélites, sem bater nas margens. Em Mato Grosso do Sul,   têm portos no rio Paraguai, como em Porto Murtinho que, aliás, foi até aumentado. Por que aqui não poderia ter também?
            MT, ligando-se com os Andes por um lado e com o Mercosul pelo outro, teria outra forte alternativa econômica gerada pelo comércio e turismo.
*ALFREDO DA MOTA MENEZESé professor universitário aposentado e Analista Político em Mato Grosso. 

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