O advogado Renato Nery, 72 anos, confessou à familiares que não tinha medo de morrer, devido à disputa fundiária em Mato Grosso, conforme divulgado em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (12). Conversas sobre a situação foram encontradas no celular do jurista, morto no dia 05 de julho de 2024.

Segundo o delegado Bruno Abreu, responsável pela investigação, Renato vinha sendo ameaçado antes de ser morto. Apesar disso, não compartilhava com a família nem com colegas de profissão as intimidações que sofria. “Ele acreditava que com a morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, ninguém teria coragem de matar outro advogado. Ele só confidenciou uma ameaça a uma única pessoa, que confirmou o relato à polícia”, explicou o delegado.

Mas, diante da possibilidade, o jurista afirmava não temer a morte. “Renato não tinha medo de morrer. Ele afirmava: ‘eu não tenho medo de morrer, meu único medo era perder a terra”, afirmou Abreu durante coletiva de imprensa. “Tanto que, no final da vida, ele estava tentando passar as propriedades para o nome das filhas e logo depois acabou morrendo”. Renato foi alvejado por disparos de arma de fogo ao chegar ao seu escritório. Ainda foi socorrido com vida e submetido a uma cirurgia em um hospital particular da capital, mas não
resistiu aos ferimentos.

Investigações

Desde a morte de Nery, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizou diversas diligências técnicas e periciais para elucidar a execução. Como resultado, o casal de empresários Julinere e Cesar foi preso na última sexta-feira (9) durante a terceira fase da Operação Office Crime – O Ello.

As prisões são temporárias, e, no mesmo dia, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do casal — que já havia sido alvo de medidas semelhantes anteriormente. As ordens foram expedidas pela NIPO (Núcleo de Inquéritos Policiais) da
Capital.

No momento da prisão, Cesar agiu com deboche. Segundo a polícia, ele recebeu os agentes de forma fria e chegou a sorrir para a imprensa ao ser questionado se era o mandante do assassinato ao chegar à sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Para os delegados que coordenam o caso, o comportamento demonstra que o empresário desacredita da investigação e confia que será solto em breve.

(Olhar Direto)