Declarada em 2011 como o prato típico de Mato Grosso, conforme a Lei nº 9.536, de 25 de maio, a Maria Izabel liderou a pesquisa do Instituto Tracking, realizada com exclusividade para o HNT, de acordo com o levantamento, realizado entre os dias 31 de março e 1º de abril.
Conforme a pesquisa, 26,3% dos entrevistados escolheram a carne seca com arroz como o prato favorito. A ventrecha de pacu veio logo em seguida com 17,3% de preferência seguindo por mojica de pintado com 14,2% e farofa de banana com 10,8%.
A culinarista Edna Lara, concorda com a pesquisa, apesar de ter preferência pela mojica de pintado que ficou em terceiro lugar no ranking. “A Maria Izabel está relacionada a minha infância na casa de mamãe.
O aroma da carne seca fritando, depois agregado ao alho e a cebola, minha memória gustativa remete há várias fases da minha vida até os dias de hoje”, recorda ela. Segundo Edna, o prato mesmo sendo simples com poucas intervenções se não seguir o passo a passo pode dar muito errado e está relacionado ao dessalgar a carne seca. “Se não tirar o sal na medida certa ou se tirar todo sal, mata literalmente o prato. Degustar uma Maria Izabel e sentir todos os sabores numa única garfada”.
A culinarista defende que o prato precisa vir acompanhado impreterivelmente da farofa de banana que ficou em quarto lugar na pesquisa. “Pode até faltar o feijão e a salada, mas jamais a farofa de banana. Ela até ajuda se o prato passar um pouco o sal”.
Edna conclui que o cheiro verde fecha o aroma do prato e também precisa ser colocado no momento certo. “Ao abrir uma panela com Maria Izabel o cheiro verde que vai por último, precisa estar no topo do prato. Respirar aquela explosão de temperos define a Maria Izabel que parece simples, mas não é. Assim como todas as mulheres, temos nossos segredos e desafios”, finaliza Edna Lara parabenizando a iniciativa.
A ORIGEM DO PRATO
A Maria Izabel é conhecida com carne com arroz. Sua história se confunde com a colonização do Estado de Mato Grosso (século XVIII). O prato tornou-se típico da região da Baixada Cuiabana e Pantanal devido à grande produção de gado e à prática da secagem da carne para a sua conservação. Existe nesse caso, um “parentesco” longínquo entre o Arroz Carreteiro e a Maria Izabel.
Porém, enquanto o primeiro é originário de São Paulo e bastante utilizado na famosa “queima do alho” por peões na Festa de Barretos, a Maria Izabel é uma receita regionalizada.
Os outros pratos que aparecem na pesquisa foram: galinhada, arroz com pequi, pacu assado, paçoca de pilão, feijoada, bolod e arroz, carne seca com mandioca e carne com banana verde. Ao todo foram realizadas 600 entrevistas entre 31 e 1º de abril, o intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro é de 4 pontos percentuais.
Receita para quatro porções e 40 minutos o tempo de preparo
Ingredientes 1 colheres de sopa de óleo 200 gramas de carne de sol dessalgada, cozida e cortada em cubos pequenos 2 dentes de alho picados 1/2 cebola pequena picada 2 colheres de sopa de pimentão verde picado 1 pimenta de cheiro picada 1 e 1/2 xícaras de chá de arroz 1 folha de louro pequena Sal a gosto 3 e 1/2 xícaras de chá de água quente 1 xicara de cheiro-verde picado
Modo de preparo Em uma panela, aqueça em fogo médio o óleo e frite a carne até dourar. Junte o alho, a cebola, o pimentão, a pimenta-de-cheiro e refogue por alguns minutos. Acrescente o arroz, o louro, o sal, a água fervente e, com a panela parcialmente tampada, cozinhe por 25 a 40 minutos ou até o líquido secar e o arroz ficar cozido. Tampe a panela e reserve por 5 minutos. Acrescente o cheiro-verde e sirva em seguida.
(HNT)