O Serviço de Informações do Estado do Egito revelou a localização do túmulo há muito tempo desaparecido do faraó Tutmés II, considerado o último sepulcro perdido dos monarcas da 18ª Dinastia do Egito, datado de 3.500 anos. Segundo as autoridades, essa é a primeira tumba de um soberano egípcio a ser identificada desde a descoberta da sepultura de Tutancâmon, que aconteceu 103 anos atrás.
Fruto de uma parceria entre o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito e a New Kingdom Research Foundation, do Reino Unido, a descoberta foi resultado das escavações conduzidas pela missão arqueológica desde 2022.
Inicialmente, os trabalhos levaram à localização de um túmulo, posteriormente nomeado C4, situado no monte Tebas, a oeste da cidade de Luxor e do Vale dos Reis, onde foram enterradas algumas das figuras mais importantes do antigo Egito.
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Os pesquisadores supunham que o túmulo pertencia a uma rainha consorte ou à esposa de um faraó, pois estava localizado próximo a outras sepulturas de monarcas femininas, como a da Rainha Hatshepsut. Única mulher a governar o Egito como faraó, Hatshepsut foi enterrada no Vale dos Reis devido à sua ascensão ao trono após a morte de Tutmés II. No entanto, as condições do túmulo, que anteriormente sofreu com inundações, dificultaram as escavações e a identificação de seu verdadeiro dono.
A descoberta de artefatos funerários e outras evidências arqueológicas, incluindo objetos com inscrições dos nomes de Tutmés II e Hatshepsut, fez os pesquisadores reconsiderarem a verdadeira identidade do túmulo.
“Equipes arqueológicas restauraram partes de gesso caído adornadas com desenhos intrincados, incluindo inscrições azuis, motivos de estrelas amarelas e elementos do Livro de Amduat, um texto religioso importante usado em tumbas reais”, disse Mohamed Abdel Badei, diretor do Setor de Antiguidades do Egito Antigo e chefe da missão, em comunicado.
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Dessa forma, os pesquisadores conseguiram associar o túmulo ao próprio faraó Tutmés II e sugeriram que seus ritos funerários foram conduzidos por sua esposa e meia-irmã, a Rainha Hatshepsut.
“Esta é a primeira vez que mobília funerária pertencente a Tutmés II foi identificada, já que nenhum item desse tipo existe em museus no mundo todo”, afirmou Mohamed Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades (SCA). O político ainda descreveu a descoberta como uma das mais importantes das últimas décadas.
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O reinado de Tutmés II foi breve, estimando-se que tenha governado por apenas cinco anos, por volta de 1493 a 1481 a.C., devido à sua morte prematura aos 30 anos. Sua múmia foi descoberta em 1881 em um sítio arqueológico diferente, localizado próximo ao seu túmulo, conhecido como Deir el-Bahari Cachette. Especialistas acreditam que sua sepultura original foi saqueada, o que teria resultado na remoção de seus restos mortais para esse local. Atualmente, a múmia está exposta no Museu Nacional da Civilização Egípcia.
(Por Redação Galileu)