Com o aumento nos registros de casos de Chikungunya em Mato Grosso, a procura por medicamentos e tratamentos também se tornou uma preocupação para os pacientes que buscam atendimento em hospitais e unidades básicas de saúde. Conforme levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), desde o início do ano, já foram confirmados 3.765 casos e 4 óbitos no estado.
A Chikungunya é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, responsável por causar febre alta, dores intensas nas articulações e, em alguns casos, problemas musculares.
O mosquito também pode transmitir Dengue e Zika. A automedicação deve ser evitada, conforme alerta o médico ortopedista e cirurgião de coluna vertebral, Fábio Mendonça. Somente em janeiro de 2025, ele atendeu cerca de 20 pacientes que buscaram atendimento devido a agravamento das dores lombares em decorrência da Chikungunya.
“Trata-se de uma doença muito séria e deve ser tratada com muita cautela. O uso de remédios anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, diclofenaco e ácido acetilsalicílico (AAS), não são recomendados, pois podem aumentar o risco de sangramentos, na forma grave da Chikungunha. Além disso, os corticoides (como a prednisona) são contraindicados durante a infecção aguda”, afirmou o médico.
A dipirona, por exemplo, é considerada uma opção mais segura, pois não causa irritação no estômago e não interfere nas funções hepáticas ou renais. Segundo ele, uma grande diferença entre os sintomas da Dengue e da Chikungunya são a dor intensa e o edema nas articulações, que pode dificultar movimentos do dia a dia. Se não tratada adequadamente, pode trazer sequelas.
“Nos primeiros dias após o diagnóstico, é necessário repouso, aplicação de gelo nas articulações e hidratação com água, isotônicos e sucos. Caso os sintomas de dor nas articulações persistam após 20 a 30 dias, é necessário procurar um médico ortopedista para avaliação e tratamento de complicações, como a artralgia crônica- dores frequentes nas articulações”, concluiu o especialista.
CUIDADOS
A alimentação também deve ser equilibrada, com restrição de açúcar, frituras, produtos industrializados, farinha branca e laticínios. É recomendado o consumo de folhas verdes, frutas e verduras.
Para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, é fundamental adotar cuidados diários, como colocar areia nos vasos de plantas, remover água acumulada de pneus, tampar piscinas e caixas d’água, limpar calhas, manter o saco de lixo amarrado, além do uso de repelentes.