Escavações feitas no sítio arqueológico de Guisna, na província de Monufia, no Egito, resultaram no descobrimento de dezenas de túmulos que remontam a diferentes períodos a civilização egípcia antiga. Embora as múmias estivessem em péssimo estado de conservação, elas surpreenderam os especialistas por apresentarem lâminas de ouro repousadas em suas bocas, como “línguas” douradas.

A informação foi divulgada pelo próprio Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades em suas redes sociais. No comunicado, a autoridade indicou que as câmaras funerárias foram localizadas ao longo de uma estrutura subterrânea de estilo arquitetônico único.

Ritos funerários

A cultura egípcia ancestral era cheia de rituais complexos relacionados à vida após a morte. Frequentemente, as pessoas daquela época faziam de tudo que estava ao seu alcance para garantir que seus amigos e entes queridos tivessem uma jornada tranquila até o reino dos mortos.

De acordo com o Livro dos Dois Caminhos, uma espécie de “guia ilustrado” para o submundo, parte desse processo de pós-morte envolveria um julgamento de suas ações. Na “pesagem das almas”, o indivíduo teria o seu coração pesado em uma balança para quantificar as suas más ações em vida e, diante dos deuses, ele deveria defender o porquê merecia a ressureição ao invés do aniquilamento.

Apesar de ainda não se saber ao certo qual papel as línguas de ouro desempenhavam nesse processo, os especialistas desconfiam que a relíquia poderia de alguma forma facilitar a comunicação do morto com as divindades egípcias presentes no pós-vida, como Anúbis e Osíris. Quem sabe, com ela, a pessoa seria capaz de lutar por seu lugar no além.

Mais do que só as fichas, também foram identificados vários outros artefatos nas câmeras, destaca a Newsweek. Dentre eles, amuletos e ídolos, que retratavam deuses e escaravelhos, insetos considerados mágicos no Antigo Egito.

(Por Arthur Almeida)