Mato Grosso tem 1.414 propriedades rurais sobrepostas ilegalmente a terras indígenas e unidades de conservação, segundo revelou o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Mãe Crioula. Das mais de 20 mil propriedades ilegais, 8.610 estão sobre terras indígenas e 11.866 em áreas de unidades de conservação. No primeiro caso, a maior parte fica nos estados do Pará, com 2.181, Maranhão, com 1.477, e Mato Grosso, com 1.414, alguns dos que lideraram as taxas de desmatamento na Amazônia nos últimos anos.

No estado, a situação acomete, com maior intensidade, o território Apiaká do Pontal e Isolados, que fica no norte do estado e tem 134 propriedades sobrepostas. É nessa terra, de 982,3 mil hectares, que vive o povo Apiaká e Munduruku.

Conforme reportado pelo HiperNotícias, o estudo também apontou a chegada da nova quarta facção criminosa a Mato Grosso, a “Bonde dos 40”, com atuação em Cáceres, Cuiabá e Várzea Grande. O estado é rota para o tráfico de drogas.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública evidencia, no texto da pesquisa, a gravidade ainda maior das unidades de conservação. Áreas que deveriam estar protegidas na Amazônia, hoje, têm mais de 11,8 mil propriedades rurais ilegais sobrepostas. E, novamente, o estado que lidera essa situação é o Pará, com 4.489 casos registrados.

Conforme os dados, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós e a Floresta Nacional (Flona) do Jamanxin são as duas mais atingidas no estado. A primeira tem 978 imóveis sobrepostos e a segunda, 489. Ambas ficam na região sudoeste do território paraense, que é marcada por intenso desmatamento e atividade de garimpo.

(HNT)