O álbum da Série A do Brasileirão voltará a ter um time inédito estampado. O Mirassol será o quinto caçula a chegar à elite, em toda a era dos pontos corridos. O clube do interior paulista jogará a primeira divisão pela primeira vez em sua história, justamente no ano que completará seu centenário.

Até então, apenas quatro equipes haviam debutado na elite, desde que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, em 2003. São eles: Brasiliense (que estreou na Série A em 2005), Ipatinga (2008), Grêmio Barueri (2009) e Cuiabá (2021).

Entre eles, apenas o Dourado permanece na elite, mas corre sérios riscos de não conseguir se manter em 2024. Já Brasiliense e Ipatinga disputaram a última edição da Série D, mas não tiveram sucesso na missão de subir de divisão e brigarão para participar do quarto nível nacional em 2025.

Enquanto os mineiros caíram ainda na primeira fase, a equipe da capital federal chegou às quartas de final, mas foi eliminada pelo Retrô, que seria o campeão.

O Cuiabá, em 2021, foi a última equipe a estrear na Série A — Foto: AssCom Dourado

O Cuiabá, em 2021, foi a última equipe a estrear na Série A — Foto: AssCom Dourado

O Barueri (que mais tarde se tornou Grêmio Prudente) disputa apenas competições estaduais.

O Mirassol completará 100 anos em 2025, mas ganhou destaque em nível estadual apenas no fim da década de 2000. Também em 2020, o Leão subiu de divisão, mas a chegada à Série B se deu apenas dois anos mais tarde. O clube foi campeão na terceira e na quarta divisão. Na Série B 2024, sagrou-se vice-campeão.

Em sua temporada de estreia na competição, o clube chegou perto do acesso sob o comando de Mozart, que também permanece no cargo até os dias de hoje.

A seleção da Série B, craque e melhor técnico

Goleiro

  • Alex Muralha (Mirassol)

Sempre conviveu com a irregularidade na carreira, mas a Série B é uma competição marcada pela oscilação dos atletas. Muralha falhou em alguns lances, mas nenhum goleiro passou ileso de falhas na competição e ele fez grandes partidas ao longo da competição. Sendo um dos maiores responsáveis pelo Mirassol ter terminado com a defesa menos vazada e com a ótima marca de 23 jogos sem sofrer gol.

Menções honrosas: Tadeu (Goiás) / Jordi (Novorizontino) / Caíque França (Sport)

Alex Muralha sobe para ficar com a bola no duelo entre Mirassol e Goiás, pela Série B — Foto: Pedro Zacchi

Alex Muralha sobe para ficar com a bola no duelo entre Mirassol e Goiás, pela Série B — Foto: Pedro Zacchi

Lateral-direito

  • Rodrigo Soares (Novorizontino)

Muito forte no apoio ao ataque, se destacou por sua precisão em cruzamentos.

Menções honrosas: Lucas Ramon (Mirassol) / Dieguinho (Goiás) / JP Chermont (Santos)

Lateral-esquerdo

  • Zeca (Mirassol)

Segundo ano seguido que Zeca se destaca na Série B. Fundamental pra saída de bola, bom passe e leitura de jogo, sabe centralizar seu posicionamento, mas também tem capacidade de atacar pelo lado.

Menção honrosa: Matheus Bahia (Ceará)

Zagueiros

  • Gil (Santos)

Dupla de zaga bastante experiente. Gil saiu de uma fase bem ruim no Corinthians e fez aquela que pode ter sido sua última temporada como profissional atuando em alto nível (o atleta anunciou sua aposentadoria, mas deu indícios de que pode voltar atrás).

  • Rafael Donato (Novorizontino)

Donato acumulou mais uma bela Série B no currículo e está sempre entre os melhores da posição nas últimas edições do campeonato.

Menções honrosas: William Machado (Operário) / David Ricardo (Ceará) / Rafael Thyere (Sport) / Luiz Otávio e João Victor (Mirassol).

Meio-campistas

  • João Schmidt (Santos)

O Santos tem três jogadores indicados nessa Seleção, mas João Schmidt é o único com real capacidade para permanecer no elenco e fazer uma boa Série A em 2025. Jogador muito interessante, acabou se tornando o melhor meia do clube no ano.

  • Danielzinho (Mirassol)

Jogador fundamental pra o sistema de jogo de Mozart funcionar, tem grande mobilidade pra criar alternativas de jogadas e bom passe.

Danielzinho durante Operário-PR x Mirassol  — Foto: Pedro Zacchi/Ag. Mirassol

Danielzinho durante Operário-PR x Mirassol — Foto: Pedro Zacchi/Ag. Mirassol

  • Lucas Lima (Sport)

Deveria ter sido mais incisivo nas finalizações, mas seu ano foi muito bom e o returno da Série B foi em altíssimo nível.

Menções honrosas: Fabrício Domínguez (Sport) / Lourenço (Ceará) / Marcão e Rafael Gava (Goiás) / Matheus Frizzo (Coritiba) / Gegê (CRB) / Boschilia (Operário)

  • Caio Dantas (Guarani)

O Guarani foi rebaixado, mas Caio Dantas brigou por artilharia. Fez 11 gols, um terço de todos os marcados por seu time no campeonato.

  • Guilherme (Santos)

Acabou se tornando o jogador que mais impactou diretamente em gols nessa Série B, com 10 marcados e oito assistências. O pior momento do Santos no campeonato, em que a equipe perdeu quatro jogos seguidos, foi justamente o período em que ele estava machucado. Além disso, o Santos, mesmo campeão, se mostrou um time de baixíssimo repertório ofensivo e muito dependente das escapadas de Guilherme em contra-ataques pelo lado esquerdo do campo.

Menções honrosas: Alesson (Vila Nova) / Ronier (Coritiba) / Waguininho (Novorizontino) / Dellatorre (Mirassol) / Barletta (Sport) / Saulo Mineiro (Ceará).

Craque do campeonato

  • Lucas Lima (Sport)

Fez um bom 1º turno, sempre sendo importante para equipe, mas, na 2ª metade do campeonato, assumiu um papel de protagonismo ainda maior. Foi o nome do acesso do Sport e ainda fez um dos gols dos da vitória no jogo decisivo contra o Santos.

Melhor técnico

  • Mozart (Mirassol)

Léo Condé e Eduardo Batista foram muito bem na competição, mas Mozart entregou um ótimo trabalho e mais consistente desde o início da Série B. Seu time assumia papel de protagonista em todas as rodadas, com um jeito bem definido de jogar futebol, valorizando a posse de bola e se arriscando nas partidas. (GE)