Alguns dos principais líderes das bases populares de Cuiabá empunharam a bandeira em defesa do respeito pelo movimento comunitário e lisura na eleição da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb). O grupo que se apossou da entidade há 25 anos faz de tudo para não permitir que ninguém possa ameaçar a sua hegemonia.
Porta voz da oposição, o líder Ricardo Lobo pediu exoneração da Secretaria de Relações Comunitárias (SARC) da Prefeitura de Cuiabá para evitar ataques baixos. “Eles estão em guerra para manter o poder, custe o que custar. Nós estamos na luta para que exista respeito pelo movimento comunitário”, argumentou ele.
Ao entregar o cargo, ele recordou que aprendeu bastante. “Aqui vai um forte abraço a todos os líderes comunitários. Aos que indicaram o caminho; e aos criticaram de forma leal”, citou ele.
Decidiu deixar a SARC por lembrar que o prefeito eleito Abílio Brunini (PL) vai escolheu alguém do grupo dele. “É natural que o novo prefeito venha e retire o grupo que não apoiou ele. É o ciclo que se fecha; aliás, só não se fecha para a Ucamb. É uma entidade com estatuto eivado de vícios”, argumentou Ricardo Lobo.
O ex-secretário da SARC argumentou que o mandato da atual Diretoria Executiva e Conselho Fiscal da Ucamb se encerrou no dia 15 de dezembro do ano passado. Porém, argumentaram que estavamn filiados à Federação Mato-Grossense de Associações de Moradores (Femab). “Eles alegaram serem filiados à Femab, para não realizar eleições em 2024. Todavia, estão fazendo eleição por conta própria, sem a tutela da Femab. E, o que é pior: só vão tentar fazer a votação em fevereiro de 2025”, criticou Lobo.
Outra falha grave, segundo ele, foi o período de inscrição de 4 a 19 de novembro: a sede da Ucamb só abriu as portas nos últimos dois dias. E, mesmo assim, fechou antes do horário, embora o próprio edital de convocação da eleição não fizesse qualquer previsão de horário.
Brincando com sonhos
Em tom de desabafo, Ricardo Lobo denunciou o trabalho ardiloso do presidente da Ucamb, Edio Martins de Souza, para sepultar o seu sonho de ser presidente da Associação Comunitária do Grande Terceiro (Acogrant).
“Agora o senhor Edio Martins passou por isso, em outubro deste ano, quando não teve sequer 700 votos, para vereador de Cuiabá, mesmo com apoio da primeira-dama e do governador de Mato Grosso”, lembrou Lobo.
“Édio é o homem que está no cargo mais alto de um líder comunitário, em Mato Grosso. Onde possui todo um trabalho voltado para o social. Recebeu apoio da primeira-dama e do governador. E perdeu. Porque brinca e estraçalha o sonho de muita gente de bem…”, pontuou Lobo.
Na trincheira da luta comunitária por lisura na Ucamb, com Ricardo Lobo, estão líderes históricos, como Claudir dos Santos Rocha – o Chico Leblon, Sérgio de Jesus, Leonel Mesquita, Luma Amaral (Santa Marina), Eliezer, Roberto Lenzi (Planalto), Concelio Júnior (Jardim Shangri-Lá), Bié (presidente Poção), Cristiane (presidente do Tropical), Leandro Figueiredo (vice-presidente do Tropical), Silbene Amorim (Presidente da Comunidade Rio dos Peixes), Rubão (presidente da Associação do Bordas da Chapada), Maria Rita presidente (Quilombo) e Henrique (vice-presidente do Quilombo), entre outros.