O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) defendeu o levantamento do número de pacientes com hanseníase que apresentam resistência ao tratamento padrão da doença. A autarquia também manterá um diálogo ativo com diversas entidades com vistas a acompanhar a evolução das políticas públicas de combate à hanseníase. Atualmente, Mato Grosso conta com a maior taxa de detecção do problema no Brasil, com cerca de 4 mil casos identificados apenas este ano.
A posição do Conselho foi expressada nesta segunda-feira (05.11), durante a abertura do seminário “Construindo Ações para Mato Grosso Livre da Hanseníase”, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). A entidade foi representada no evento pelo seu 1º vice-presidente, Adriano Pinho, que falou também da necessidade do avanço de outras pesquisas clínicas.
“Além de sabermos exatamente o percentual de pacientes que apresentam resistência ao tratamento padrão, conhecido pela sigla PQT. Precisamos também promover novas pesquisas clínicas com o intuito de avaliar a resistência e eficácia das medicações padronizadas para o tratamento inicial e buscar alternativas terapêuticas, nos casos de resistência, efeitos adversos ou efeitos colaterais graves”, pontuou Pinho.
Para ajudar no processo, destacou o vice-presidente, o CRM-MT seguirá atuando junto aos médicos e entidades oficiais. “Nós temos, justamente para isso, a Câmara Técnica de Hansenologia e a Comissão de Saúde Pública, no âmbito do Conselho”.
No seminário, um plano de ação com 20 propostas para combater a doença foi elaborado e, na avaliação de Pinho, o documento representa um importante avanço para a implementação de ações efetivas, envolvendo o poder público, diversas entidades e a sociedade civil. “Outro ponto importante é que o TCE-MT irá cobrar, anualmente, a prestação das ações realizadas pelos 142 municípios de Mato Grosso das ações realizadas junto aos pacientes”.
Audiência
No mês de outubro, o CRM-MT realizou uma audiência pública para tratar justamente dos desafios terapêuticos da hanseníase. Na ocasião, o presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio, ressaltou a necessidade de um esforço coordenado entre os entes públicos e a sociedade civil para garantir o tratamento contínuo e eficaz dos pacientes em Mato Grosso.
“O número de casos aumentou porque estamos capacitando cada vez mais os profissionais para realizarem o diagnóstico. Então, se há este número alarmante, significa que precisamos de ações coordenadas para avançarmos no tratamento da doença. Seguiremos trabalhando e atuando de forma incisiva no sentido de garantir melhoras significativas nos índices atuais”.