A operação da Polícia Federal e Receita Federal apreendeu R$ 2,7 milhões em dinheiro na casa de um dos desembargadores do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), alvo na Operação Ultima Ratio, que investiga a venda de sentença para favorecer determinados escritórios de advocacia.
No cumprimento dos mandados, os federais apreenderam, ainda, revólveres, pistolas e espingardas.
Na foto divulgada pela Polícia Federal, a mesa de vidro é quase preenchida pelos maços de dinheiro: são notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, além de dólares. A reportagem apurou que as notas foram encontradas na casa de desembargador.
A PF não divulgou a quem pertence o dinheiro, nem se as armas pertencem ao mesmo alvo.
As equipes ainda apreenderam maços de dinheiro no console de um dos carros.
A Operação Ultima Ratio cumpre 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), São Paulo (SP), Cuiabá (MT) e no Distrito Federal.
A investigação é desdobramento da Operação Mineração de Ouro, que teve sua primeira fase deflagrada em junho de 2021 e teve mais duas etapas, culminando no afastamento de três conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul): Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid. Naquele trabalho, a PF apurou desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações de obras em MS.
Agora, a operação apura o favorecimento dado a escritórios de advocacias em processos milionários. Há indícios de envolvimento de advogados e filhos de desembargadores do TJMS. Foram identificadas, por exemplo, situações em que o magistrado responsável pela decisão já havia sido sócio do advogado da parte interessada.
Os desembargadores da ativa, investigados na operação, foram afastados das funções, conforme determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça): Marcos José de Brito Rodrigues; Vladimir Abreu; Sérgio Fernandes Martins; Sideni Soncini Pimentel; e Alexandre Aguiar Bastos.
Também apura envolvimento de dois desembargadores já aposentados: Júlio Roberto Siqueira e Divoncir Schreiner Maran.
(MidiaNews)