O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou sete pessoas envolvidas no sequestro e assassinato das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto em Porto Esperidião (322 km de Cuiabá). Roebster Alves Porto, Higor Felipe Bazan e Victor Allan Sanches também foram vítimas do grupo. As acusações contra os denunciados incluem associação criminosa qualificada, tortura, extorsão mediante sequestro com resultado morte e roubo.

Segundo a denúncia, os envolvidos — Rosivaldo Silva Nascimento, Maikon Douglas Gonçalves Roda, Ana Cláudia Silva, Lucas dos Santos Justiniano, Adrian Ray Rico Lemes da Silva e Rosicléia da Silva — responderão pelos crimes de organização criminosa, tortura e sequestro com resultado morte no caso das irmãs, além de lesão grave em relação à vítima Roebster Alves Porto. A denúncia também inclui Matheus da Silva Campos, que enfrentará acusações de organização criminosa e tortura.

De acordo com o MPMT, eles estão ligados a uma facção criminosa e tomaram conhecimento de uma postagem em uma rede social em que as vítimas, Rithiele, Rayane e Roebster, aparecem fazendo um gesto com as mãos. Os denunciados interpretaram esse gesto como uma alusão a uma facção rival.

“Por esse motivo, os denunciados se uniram para forçar as vítimas a comparecerem ao chamado ‘tribunal do crime’, onde lhes aplicaram um ‘salve’. Essas expressões referem-se a uma prática de julgamento interno da facção, onde se avalia se as vítimas agiram de acordo com os interesses da organização”, afirma um trecho da denúncia.

Os crimes ocorreram em 14 de setembro deste ano. O MPMT informa que, para executar o plano criminoso, o grupo contou com a participação de pelo menos oito adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, que também foram alvos de representação por atos infracionais. A ação criminosa foi monitorada por meio de chamadas de vídeo por um indivíduo que exercia a liderança do grupo.

Conforme a denúncia, as vítimas foram abordadas na madrugada de 14 de setembro, ao deixarem um festival de pesca, e levadas para um cativeiro. Os jovens Higor e Victor conseguiram escapar sem ferimentos, enquanto as irmãs Rithiele e Rayane e Roebster foram torturados por pelo menos três horas, sofrendo agressões e ameaças. Apenas Roebster sobreviveu aos ferimentos.

Após não encontrar indícios de envolvimento das vítimas com facções criminosas, os acusados passaram a exigir que elas ligassem para pessoas próximas solicitando o pagamento de resgates. Embora tenham conseguido arrecadar R$ 11 mil, os denunciados não libertaram as vítimas do cativeiro.

Os denunciados estão presos nas cadeias públicas de Araputanga, Cáceres e Cuiabá. A denúncia foi apresentada à Justiça no dia 1º de outubro.

(HNT)