O Cuiabá somou o quarto jogo seguido sem vitória no Brasileirão e vê a luta contra o rebaixamento ficar mais complicada a cada rodada. O time pouco criou na derrota para o Fortaleza e contabilizou nova falha defensiva que resultou em gol adversário. Apesar do revés, o técnico Bernardo Franco diz que observou pontos positivos na equipe e destacou o quanto a questão mental tem afetado o desempenho coletivo.

O Tricolor do Pici teve mais volume ofensivo ao longo da etapa inicial, somou sete finalizações e criou as melhores oportunidades. Do outro lado, o Dourado focou em se defender e foi para o intervalo sem anotar um chute sequer.

Já nos acréscimos, a defesa não conseguiu afastar uma bola da área e Hércules bateu de primeira para balançar a rede. Para o comandante auriverde, a situação da partida poderia ser outra se o primeiro tempo terminasse empatado.

— Nosso plano de jogo passava por isso, em controlar melhor as situações de jogo do Fortaleza. Sabíamos da capacidade de um contra um pelos lados do campo com jogadores de pé invertido, cruzamentos e preenchimento de área. Acabamos sofrendo um gol assim no fim do primeiro tempo. Suportamos a pressão inicial do Fortaleza, que é uma equipe que precisava dar resposta ao seu torcedor após a eliminação na competição internacional. Sabíamos da força deles, e se a gente conseguisse segurar no primeiro tempo poderíamos fazer ajustes necessários para voltar no segundo tempo e ferir mais o Fortaleza.

No total, o Cuiabá concluiu apenas duas vezes contra a meta rival, nenhuma com perigo. Mesmo com o resultado adverso, Bernardo diz que há pontos positivos para a sequência do Brasileirão.

— Acredito também que ficamos vivos no jogo até o final, isso é importante. Jogamos contra uma equipe grande, que tem um trabalho de longo prazo, com grande investimento, tanto que tem jogadores emprestados para times de Série A, portanto se dá esse luxo. Essa é a mensagem que passei aos jogadores, jogamos contra um grande equipe, que tem um grande trabalho, em um contexto difícil. O campeonato está em aberto, tem muita coisa para acontecer. Depende da gente ainda, vamos trabalhar forte essa semana para que a gente possa dar a resposta certa dentro da nossa casa.

Por fim, o treinador ressaltou que erros ao longo das partidas são resultados da situação na tabela. Bernardo crê que trabalhar o mental dos jogadores deve ser o caminho para uma reabilitação no campeonato.

— A questão mental, a ansiedade começa a bater e acaba que a gente comete erros de tomadas de decisão e erros técnicos porque queremos resolver logo nosso problema. É algo que já detectamos, temos trabalhado muito e nessa altura da competição precisamos corrigir o mais rápido possível. Hoje se o placar vai empatado para o intervalo, com certeza teria mais ansiedade do lado de lá e menos do lado de cá. É uma questão que a gente já identificou, vamos bater nessa tecla e identificar quem são os jogadores que conseguem suportar esse momento e entregar essa força mental que a gente tanto precisa. (GE)