Em depoimento à Polícia Civil, Gilvanio dos Santos, de 27 anos, preso acusado de matar o empresário Mário Martelli, revelou que o empresário o ajudava muito, principalmente em relação aos custos com o filho, um bebê de apenas dois anos.
“Perguntado como se deram os fatos o interrogando respondeu tinham um bom relacionamento sendo que a vítima confiava muito no interrogando e o ajudava muito, principalmente com relação ao bebê do interrogando”, traz trecho do depoimento.
O crime foi praticado no último sábado (31), na empresa de reciclagem de Mário, situada no Distrito Industrial, em Cuiabá. Gilvanio relatou que pediu demissão na sexta-feira (30). No dia dos fatos, ele foi até a empresa, supostamente para buscar seus pertences, e acabou se encontrando com Mário, foi então que os dois tiveram um desentendimento por dívidas trabalhistas.
A princípio, o acusado chegou a afirmar que o empresário havia caído e batido a cabeça. No entanto, essa hipótese foi desmentida por exames periciais conduzidos pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Isso porque o laudo apontou que Mário teve a nuca fraturada por objetivo contundente. A arma do crime, no entanto, não foi localizada.
A Polícia Civil recolheu ferramentas e uma picareta, na tentativa de encontrar o apetrecho que vitimou o empresário. Além disso, depois de golpear Mário na cabeça, o ex-funcionário o amarrou pelas pernas em um guincho e o transportou até um local de difícil acesso, no próprio pátio da empresa. Segundo a polícia, Mário ficou agonizando ao ser deixado para morrer.
Depois de cometer o crime, Gilvanio pegou cartões de crédito da vítima, apostou em jogos online, como o ‘tigrinho’, comprou bebidas alcoólicas, cortou o cabelo e comprou fraldas para o bebê.
Foi a partir das compras que a equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou até ele. Gilvanio foi preso na noite de terça-feira (4). Ele foi autuado por latrocínio e ocultação de cadáver.
Na quarta-feira, ele passou por audiência de custódia e a juíza Silvana Ferrer Arruda converteu sua prisão em flagrante em preventiva. “A par dos elementos que instruem a peça flagrancial, verificamos que a prisão levada a efeito se encontra material e formalmente em ordem, não havendo que se falar em relaxamento, motivo pelo qual homologo o auto de prisão em flagrante”, sentenciou a juíza.
DESAPARECIMENTO
Mário estava desaparecido desde domingo (1º), quando combinou de almoçar com familiares, mas não apareceu. O sobrinho dele registrou um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento.
Na tarde de terça-feira, o corpo do empresário foi encontrado na própria empresa de reciclagem, localizada no Distrito Industrial, em Cuiabá, em meio a escombros.
(HNT)