SIMONE FINKE
Acordar todos os dias e se deparar com olheiras no espelho é uma realidade que muitos enfrentam no cotidiano. Para algumas pessoas, essa constatação pode não fazer a menor diferença. Para outras, essas marcas escuras nos olhos vão além de uma simples questão estética e acabam se transformando em um desafio emocional diário. A insatisfação com a própria imagem pode atingir a autoestima e, em casos extremos, afetar até mesmo a saúde mental. O que começa com um detalhe físico pode se tornar um fardo emocional com base na autoimagem.
É comum ouvir de quem tem olheiras e busca formas de tratamentos frases como: “aparento sempre cansaço”, “isso me incomoda”, “não consigo me olhar no espelho”, “não consigo ficar sem corretivo” e “nada parece melhorar essa aparência de envelhecimento”. É possível perceber pelas frases a insatisfação com a própria aparência, que pode levar à insegurança extrema. A relação entre olheiras e saúde mental pode ser mais profunda do que se imagina.
Cerca de 78% dos casos de olheiras, que tem o nome científico de hiperpigmentação periorbital, são em mulheres, segundo um estudo publicado na revista Surgical & Cosmetic Dermatology da Sociedade Brasileira de Dermatologia. As principais causas são: genética, hiperpigmentação, que é o acúmulo de melanina ao redor dos olhos, insônia, desidratação, tabagismo, álcool, exposição solar, envelhecimento, dieta pobre em nutrientes e alergias.
As olheiras podem variar de cor dependendo da causa. As amarronzadas estão associadas à hiperpigmentação. O acúmulo de melanina na região ao redor dos olhos gera a tonalidade mais escura. Elas podem ser por fatores genéticos, exposição solar excessiva, alterações hormonais ou condições inflamatórias da pele, como dermatite. A exposição ao sol pode intensificar as olheiras amarronzadas. As arroxeadas ou azuladas são causadas, geralmente, por dilatação dos vasos sanguíneos na pele fina ao redor dos olhos. Isso pode acontecer por conta de fadiga, falta de sono, estresse, genética ou até alergias, que aumentam a circulação na região e deixam os vasos mais visíveis.
“Cerca de 78% dos casos de olheiras, que tem o nome científico de hiperpigmentação periorbital, são em mulheres, segundo um estudo publicado na revista Surgical & Cosmetic Dermatology da Sociedade Brasileira de Dermatologia”
As olheiras avermelhadas podem surgir por vasodilatação, alergias ou congestão nasal. Isso porque causam o rompimento dos vasos sanguíneos e deixam a região ao redor dos olhos com um tom avermelhado. Inflamações na pele também podem contribuir para esse tipo de cor. As acinzentadas, geralmente, estão associadas ao acúmulo de toxinas e má circulação. Elas podem ser agravadas por fatores como tabagismo, poluição, desidratação e má alimentação. A aparência acinzentada é um reflexo da falta de oxigenação adequada nos tecidos ao redor dos olhos. É importante compreender que cada cor de olheira pode indicar uma causa diferente. A relação é essencial para buscar tratamentos eficazes, que vão desde mudanças no estilo de vida até procedimentos estéticos.
O uso de filtro solar e óculos escuros são algumas das principais formas de prevenção de olheiras. A exposição ao sol pode aumentar a produção de melanina e agravar a hiperpigmentação na área dos olhos. Mas também é possível mencionar outras formas preventivas como: dormir de 7h a 9h por noite para ajudar a reduzir o cansaço e reduzir a dilatação dos vasos sanguíneos; e manter alimentação equilibrada com o consumo de alimentos ricos em vitamina C e K, que tem antioxidantes e podem ajudar a melhorar a circulação e a saúde da pele.
Caso a rotina de cuidados naturais não seja suficiente para melhorar as olheiras, há tratamentos eficientes e sem exageros da harmonização orofacial que podem resolver a questão de forma eficiente. Há tratamentos com lasers para remover a descoloração acastanhada, minimizar a descoloração roxa ou azul ou até reduzir o aparecimento de olheiras.
Outros principais tipos de tratamento são: peelings com retinol ou ácido glicólico para evitar que as olheiras piorem; microagulhamento com furos de pequenas agulhas na pele para estimular a produção de colágeno e suavizar a textura da pele sob os olhos; e preenchimentos de ácido hialurônico para aumentar o volume da pele sob os olhos e, dessa forma, tornar as olheiras menos aparentes. No caso dos preenchimentos, há riscos de hematomas ou inchaço temporários.
É preciso ressaltar que as olheiras, em muitos casos, podem ser mais do que um simples incômodo estético. Elas podem potencializar a baixa autoestima e a depressão por conta da aparência pessoal e até profissional. A melhor forma de evitar olheiras é com cuidados naturais no dia a dia desde criança e com tratamentos preventivos a partir dos 20 anos em vez de esperar até os 40 anos, como é comum se propagar. A partir dos 40 anos, há menos colágeno na pele e, apesar de haver tratamentos eficazes, os resultados podem ser mais satisfatórios se a prevenção começar antes. Felizmente, hoje é possível reverter os efeitos das olheiras e devolver o bem-estar para quem tem essa questão com a sua imagem.
Simone Finke é dentista, especialista em Ortodontia e Harmonização Facial
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