Bruno Oliveira Castro
No mês dos pais, as expressões de amor e cuidado ganham uma dimensão especial. Além das homenagens e presentes, a reflexão sobre o papel do pai na construção de um futuro seguro para a família torna-se ainda mais relevante. Uma das maneiras de perpetuar esse cuidado é por meio do planejamento da sucessão familiar, garantindo que os valores e os princípios cultivados ao longo da vida possam ser preservados e transmitidos às futuras gerações.
Embora muitas vezes adiado por receios ou pela crença de que “ainda há tempo”, o planejamento sucessório é uma forma de assegurar que o legado construído ao longo dos anos seja preservado de forma harmoniosa. Esse processo vai além da mera transferência de bens materiais: trata-se de criar um ambiente onde os valores e o espírito empreendedor possam continuar a florescer dentro da família.
O primeiro passo para implementar uma governança corporativa em uma empresa familiar é a análise do planejamento estratégico, dos documentos sociais e dos acordos de sócios, quando existentes. É fundamental avaliar, junto aos responsáveis, todos os processos já estabelecidos na empresa, especialmente os relacionados às finanças, ao setor comercial, aos recursos humanos, e à definição de cargos e funções, visando construir um projeto de governança corporativa que atenda às prioridades da organização. Essas ações são essenciais para criar uma consciência corporativa sólida, estabelecendo um caminho claro a ser seguido por todos os envolvidos, e promovendo o engajamento dos colaboradores nas tarefas a serem executadas.
Não se trata de uma fórmula universal aplicável a todas as empresas de forma idêntica. Cada caso exige a orientação de um profissional experiente na área, capaz de realizar um diagnóstico das necessidades específicas e de atuar com sensibilidade para identificar a maturidade e o momento certo para tratar de determinados temas dentro de cada núcleo familiar.
Além de fornecer orientação e acompanhamento, esse profissional deve formar uma equipe multidisciplinar, capaz de desenvolver um planejamento estratégico em conformidade com os princípios e metas estabelecidos pelos sócios da família empresária. A partir deste planejamento, cada empresa familiar tem a liberdade de construir seus próprios fóruns, pactos, acordos e o modelo de funcionamento que melhor se adeque às suas necessidades, sempre com o objetivo de garantir a continuidade e prosperidade do negócio.
O planejamento da sucessão familiar não precisa ser um processo difícil ou doloroso. Pelo contrário, é uma oportunidade para fortalecer os laços familiares e assegurar que todos estejam alinhados com os mesmos objetivos. Especialistas enfatizam a importância de envolver todos os membros da família nas discussões e de buscar ajuda profissional para lidar com questões legais, financeiras e emocionais.
Neste mês dos pais, reflita sobre a importância de planejar o futuro de sua família. A sucessão familiar é um ato de amor que vai além da simples gestão de bens – é garantir que o legado e os valores construídos permaneçam vivos, orientando as próximas gerações.
Bruno Oliveira Castro é advogado especializado em Direito Empresarial, sócio na Oliveira Castro Advocacia, com expertise em constituição de holdings familiares, Direito Civil, Tributário, Societário, Falência e Recuperação de Empresas, Governança e Direito Autoral. Atua também como professor, palestrante e parecerista, além de ser doutorando em Direito pela UMSA. Possui curso de extensão em Insolvência pelo Bankruptcy Program da California Western School of Law, em San Diego, EUA (2016 e 2017);
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