O assunto do momento é quem será o vice-prefeito na eleição de 2.024 e quem ficará na expectativa de poder, talvez eleito para um dia poder substituir o Prefeito titular, por um eventual impedimento legal ou vagância do cargo por situações inesperadas.
Pode ser o Senhor Dito ou será o Benedito, o nome em si não interessa, pois a escolha depende de quem ser escolhido, ter em seu histórico político, aquele que possa trazer votos ou o nome que o grupo optar, porque esse tal de Vice, já deu muito problemas históricos aos Prefeitos eleitos em Cuiabá e para evitar aborrecimentos futuros, hoje esse candidato terá que ser de confiança máxima.
Há quem diga que o Vice é o primeiro dos últimos, e que ele só passa a existir com ausência do primeiro, e que só terá vida com a morte histórica do outro.
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A história das eleições em Cuiabá mostra que alguns Vice-Prefeitos, criaram muitos problemas a partir da posse. Que apesar de ser um cargo de expectativa de poder, pode ajudar muito e também atrapalhar pelo resto do mandato.
Assim, vamos fazer um passeio pela história recente das eleições dos Vice-prefeitos em Cuiabá:
Dante Martins de Oliveira foi primeiro Prefeito eleito através de eleição direta após o fim do regime militar, homem que teve o seu nome registrado na história do Brasil como o protagonista das “Diretas Já”, lutou incansavelmente pela redemocratização do país e pelo fim da ditadura militar.
Entretanto, por ironia do destino, ao ser candidato a Prefeito de Cuiabá, em duas eleições, escolheu dois militares como Vice-Prefeitos, sendo Coronel Estevão Torquato e o Coronel Meirelles, que com as renúncias de Dante de Oliveira, ambos assumiram como Prefeito de Cuiabá por dois anos. Infelizmente eles não estão entre nós, para dizer o porquê da escolha de dois militares como Vice-Prefeitos.
A partir da eleição de Roberto França, começaram os problemas nas escolhas dos Vice-prefeitos, senão vejamos: para o primeiro mandato do França – período 1997 a 2000, o Vice-Prefeito eleito foi Roberto Nunes, que por decisão própria, resolveu renunciar ao mandato e continuar como Deputado Estadual.
Já na reeleição, o Vice-Prefeito eleito foi Luiz Soares que ficou de 2001 a 2004. No dia da posse o Roberto França, vivenciou a maior expectativa na chegada do seu Vice no local da posse, pois já tinha passado por uma decepção no mandato anterior.
Fato relevante foi que Roberto França, durante os 08 anos de mandato não afastou legalmente do cargo e não deu oportunidade para que o Vice ocupasse a sua cadeira, foi Prefeito por tempo integral, sem renúncia e/ou férias.
Mas, a maior decepção foi na eleição do Prefeito Mauro Mendes para o Mandato de 2013 a 2016 (ainda em vigência), tinha como Vice-Prefeito o Dep. João Malheiros. Este para ser Vice-Prefeito, disputou a vaga com Francisco Vuolo, que já havia sido escolhido por consenso, mas que posteriormente foi derrotado nas entranhas do partido. Ato este que motivou o seu afastamento do partido republicano (PR); e possibilitou o ingresso do deputado Malheiros na Chapa com Mauro Mendes em uma dura eleição em 2 turnos contra tudo e todos para ser consagrado como Vice-Prefeito, todavia ao final, também renunciou ao almejado cargo. Na época da posse do prefeito Mauro Mendes, os comentários existentes eram que o Malheiros havia praticado três equívocos numa mesma eleição: rompeu com o amigo Francisco Vuolo, rompeu com o Mauro Mendes e por último rompeu com o povo cuiabano que acreditou e votou na chapa onde ele foi eleito.
Escolher um Vice-Prefeito, não é uma função tão simples assim. No mundo da política nada é confiável, muitas vezes, o que se fala em pé não se sustenta sentado. Na vida dos seres que habitam o mundo político, o pior inimigo, é um ex-amigo, porque ele conhece os seus pontos fortes e fracos, e tudo pode ser usado como arma contra “o agora” inimigo.
Esperto foi o Dante de Oliveira que escolheu dois militares para serem seus Vice-Prefeitos, talvez porque ele tenha entendido precocemente que o mundo militar era mais confiável, e que lá no exército, a presença de desertores ou traidores não era regra, mas sim um caso de exceção.
*WILSON CARLOS FUÁH é economista; especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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