António Oliveira considerou a derrota para o Palmeiras, no dérbi desta segunda-feira, injusta. Em entrevista concedida depois do placar desfavorável de 2 a 0, que fez o Corinthians alcançar o nono jogo de jejum no Campeonato Brasileiro, o treinador defendeu o próprio trabalho e diz confiar em um futuro no clube.
A pressão sobre o português cresceu com o resultado negativo no Allianz Parque, que afunda o Timão na zona de rebaixamento. A equipe soma apenas nove pontos em 13 rodadas e ocupa a penúltima posição na tabela de classificação.
– Somos as pessoas certas para dar a volta à glória ao clube. Quando cheguei aqui, o clube tinha cinco derrotas seguidas no Paulistão. O objetivo era ficar na A1. Hoje vivemos um momento desafiador em todos os prismas do clube, vai demorar para atingir a normalidade. O futebol é resultado, torcedor não quer saber do patrocínio master, quer ganhar – disse.
– O resultado é o que guia, e nessa aquilo que tenho para dizer é que as pessoas dentro do CT são profissionais, por isso estamos em todas as competições e estamos a uma vitória para recuperamos a confiança e irmos embora – acrescentou.
O Corinthians volta a campo na quinta-feira, às 20h (de Brasília), para enfrentar o Vitória, na Neo Química Arena. A partida tem caráter decisivo para uma equipe que só venceu uma partida em todo o Campeonato Brasileiro.
– Vamos em busca na quinta-feira sem adiar mais, elas (vitórias) vão trazer confiança, porque todos nós estamos imbuídos de devolver a glória, que essa vai durar, mas sobretudo dar estabilidade e voltar a definir o que os torcedores apoiamos de uma forma fantástica – declarou.
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– Ainda falta muito ponto de 13 para 38. Estão olhando a classificação, estou olhando outro objetivo. Obvio que impacta uma notícia do Corinthians na zona de rebaixamento. Mas, mais uma vez, somos responsáveis, sabemos o que estamos fazendo e a responsabilidade de gerir esse grupo – assegurou.
O Corinthians se reapresenta nesta terça-feira e inicia a preparação para o compromisso diante do Vitória, quinta-feira, na Neo Química Arena.
Confira mais respostas de António Oliveira:
Análise do jogo
– O importante é falarmos do jogo, dois times em momentos distintos, uma equipe muito estável e outra equipe em busca de estabilidade. Sabemos o que estamos fazendo, evidente que estamos tristes, era um jogo em que a equipe fez um primeiro tempo extremamente equilibrado e depois acaba por sofrer um gol fortuito do adversário, que eu nunca tinha visto no futebol mundial.
– Quando a sorte está assim… estamos tristes, como é evidente, preocupados, como é evidente, mas não desesperados porque sabemos o que estamos fazendo. Mesmo com todas as dificuldades a equipe se comportou da melhor forma, foi exigente; dois gols de bola parada e o adversário… o resultado, na minha opinião, não mostra o que foram os 90 minutos.
Resultado injusto?
– Foi um jogo que o resultado não espelha o que foi o desempenho da equipe, e isso determina muito a convicção daquilo que é o trabalho e a mobilização dos jogadores dentro do que acreditam. Na quinta-feira vamos estar lá para acabar com 64 dias no Brasileirão.
Saídas de Raniele e Wesley
– Wesley comeu banana, é um jogador que estava em sofrimento. Estêvão fez um bom jogo e acaba estar ligando no segundo gol, demos o escanteio. Wesley não é um super-homem, ele pediu para sair. O Raniele pediu para sair. Há seres-humanos que dão tudo pela instituição, e a justificativa pelo Wesley e Raniele foram trocas por jogadores que estavam fragilizados.
– Quanto a Coronado e Garro, jogadores com um problema físico, temos que estar a gerir os jogadores, o campeonato não caba aqui. Dentro das dificuldades de um elenco mais curto, não podemos perder jogadores. Ver o Pedro Henrique voltar, o Fagner, ver o esforço do presidente e do diretor que estão trabalhando para reforçar a equipe e deixa-la mais forte. Vamos atingir o objetivo no Campeonato Brasileiro e com outras condições ir na briga por uma copa qualquer.
Matheuzinho
– Matheuzinho, temos que entender o jogo de futebol, eu tenho que justificar, a pergunta é legítima. Hugo e Léo estavam desgastados, portanto tentei projetar para dar largura com o Bidu, colocar o Coronado mais por dentro. Nessa perspectiva foi o Bidu quem deu a largura. Colocar gente para poder finalizar. Yuri teve chance, Hugo depois do 1 a 0, o Pedro Raul também. Quem não mata, morre, são situações de bola parada. Jogamos contra um adversário valioso, ainda mais com força dentro de casa. O resultado não espelha o que foi o rendimento das duas equipes.
Risco de demissão?
– Essa, digo mais uma vez, acho que foi o Marco Bello. Honestamente, sei que é o que vende, querem sangue, isso chamam o presidente. Sou técnico de futebol, não sou administrador. Tem que fazer essa questão a quem tem o direito. Entendo sua pergunta, mas estou completamente fora e não quero entrar nisso.
Falta de reforços às vésperas da janela
– Às vezes a coisas podem acontecer como não queremos. São situações que não podemos controlar. Temos que ser mais criativos, sem não termos a capacidade financeira. Gostaria de ter os jogadores aqui para utilizá-los na abertura da janela, mas as coisas nem sempre são como queremos. O presidente e o diretor executivo estão fazendo um trabalho para ajudar o seu treinador.
– Estão dando todas as condições, acredito nos jogadores com quem trabalho. Não podemos adiar mais, tenho a convicção porque o Corinthians vai atingir seus objetivos. Estamos tristes, sinto a dor do torcedor, acho que hoje independente do resultado não espelha o que foi o jogo. Vamos perseguir o nosso trabalho, o que acreditamos, que este caminho vai levar o Corinthians à estabilidade.
Como mobilizar o elenco?
– Essa é a tarefa do treinador. A capacidade que temos de mobilizar e deles saberem o que está sendo feita. Confiança está inabalável entre todos, e quando isso existe, é um caminho a seguir.
– Também não sou animador. Precisamos de confiança, e a confiança vem das vitórias. Cadê os jogos do Corinthians e os números? Eu vinha em direção ao estádio com o relatório do Cifut, e aquilo que não me agrada é as não-vitórias. Vamos em busca na quinta-feira sem adiar mais, elas vão trazer confiança, porque todos nós estamos imbuídos de devolver a glória, que essa vai durar, mas sobretudo dar estabilidade e voltar a definir o que os torcedores apoiamos de uma forma fantástica.
Situação é desesperadora?
– Ainda falta muito ponto de 13 para 38. Estão olhando a classificação, estou olhando outro objetivo. Obvio que impacta uma notícia do Corinthians na zona de rebaixamento. Mas, mais uma vez, somos responsáveis, sabemos o que estamos fazendo e a responsabilidade de gerir esse grupo.
Pedido à torcida
– Tenham razão, respeitamos sempre sua forma de ser e estar dentro de uma conduta civilizada. Estamos aqui pessoas, responsáveis, profissionais competentes, para servir aquilo que ambicionam. O clube quando cheguei estava na zona de rebaixamento do Paulistão. Ela está em todas as competições, estamos atravessando uma fase desafiadora. Não é como começa, é como termina. É para as pessoas confiarem, pois são pessoas competentes. (GE)