O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União), participou de mais uma reunião com técnicos da área da saúde, que envolvem médicos, enfermeiros e servidores ligados à gestão, tanto estadual quanto municipal, para poder traçar um diagnóstico mais realista da situação da área na capital, que é um dos principais gargalos da administração municipal.

Assuntos como os investimentos na atenção primária como algo prioritário na gestão municipal, falta de profissionais nos postos de saúde, horários limitados para atendimento da população nas unidades básicas de saúde, a falta de interligação dos sistemas, além de questões como o alto custo das internações e a redução nos atendimentos nas áreas da saúde bucal, foram alguns dos temas debatidos durante o encontro no último dia (09).

Botelho tem dedicado bom tempo deste período de pré-campanha para estudar sobre a saúde do Município, destacando a responsabilidade e compromisso que um gestor deve ter com uma das áreas mais essenciais para o cidadão, que sofre com a falta de assistência e medicamentos na rede pública.

“Não se trata apenas de conhecer a saúde, mas de ouvir todos os envolvidos, quero ouvir os técnicos, os enfermeiros, os médicos, mas também a população que é quem sente os problemas na pele. Quem tem um parente com dor, quer solução. Só que quero apresentar propostas viáveis, que de fato vão chegar na ponta e melhorar a qualidade do serviço para o cidadão”, afirmou o parlamentar.

Botelho quer traçar um diagnóstico realista da situação atual da saúde e para isto entende que precisa ouvir todos os setores para poder apresentar propostas que sejam realistas e exequíveis, sem falsas promessas à população, que precisa, urgentemente, de uma melhora na saúde de Cuiabá.

O parlamentar entende que administrar a saúde de Cuiabá será um grande desafio e busca respaldo técnico para poder saber como aplicar de maneira responsável e efetivas os recursos.

O médico Marcelo Sandrin, proprietário do Hospital Santa Helena, foi um dos que participou da reunião. Ele destacou que a população quer resolução e não ataques. O profissional, que é uma referência na Medicina mato-grossense, lembrou também que a capital sofre com a falta de atendimento para emergências ginecológicas e pontuou problemas como o atraso nos pagamentos por parte da Prefeitura de Cuiabá.

Sandrin também defendeu uma saúde sem interferência política. “A gente precisa de política de saúde e não política na saúde”, declarou o profissional, que ainda completou comentando sobre a necessidade de reduzir o custo da máquina.

A ex-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), Lígia Arfeli, também esteve presente na reunião e falou sobre a importância da ampliação das equipes do Programa de Saúde da Família. De acordo com ela, atualmente, Cuiabá conta com 114 equipes de PSF, mas conforme as novas normativas, o ideal seria ao menos chegar até 200 equipes.

“O que temos hoje é uma baixa cobertura da assistência de saúde da família, o investimento na atenção primária é baixíssimo, apenas 6% da receita da saúde hoje em Cuiabá é destinada à saúde primária, mas para se resolver a superlotação das UPA (Unidades de Pronto Atendimento), por exemplo, e reduzir internações e casos mais graves, tem que ter abertura de PSF. É eficiente e barato”, afirmou a enfermeira.

(MT ALERTA)