Dayane Nascimento
Abrir uma empresa e se manter no mercado é uma missão que exige muito esforço. Ainda assim, dados do Mapa do Emprego do governo federal apontam que mais de 50% delas costumam fechar as portas em até 3 anos. Em 2023, o Brasil teve 4 empresas fechadas por minuto, totalizando 2,1 milhões de negócios extintos.
Diante desses números, os profissionais envolvidos na condução de uma empresa vêm quebrando a cabeça para compreender o porquê desse cenário crítico e como revertê-lo. Uma coisa é certa, independente do tamanho ou do nicho de atuação, a resposta quase sempre converge para a importância de ter uma boa estratégia e executá-la.
O que seria a tal estratégia? Ela funciona como o roteiro que guia uma organização em direção aos seus objetivos de longo prazo, que envolve a definição de metas claras, a alocação de recursos, a escolha de direções específicas e a formulação de planos detalhados. Mas é preciso esclarecer que estratégia vai além de definir metas.
Para alcançar longevidade, é necessário ainda se concentrar na identificação das vantagens competitivas que permitirão que a organização se destaque em seu mercado. Se existem falhas, é importante avaliar onde estão e como equacionar. O primeiro passo, é observar se há distanciamento de quem faz o planejamento com a realidade do negócio.
É ótimo ter ótimas ideias criativas e inovadoras, mas é preciso considerar a realidade, e como quase sempre falo, toda decisão de planejamento precisa considerar o que as empresas têm de: dinheiro, tempo e energia para investir na estratégia. Após finalizar a fase estratégica, precisamos voltar o foco para uma execução eficiente.
Um exemplo bem claro sobre fontes dos problemas pode ser o início da pandemia de Covid, quando muitas empresas precisaram se digitalizar de forma rápida. Provavelmente a maioria delas já pensava em fazer isso em algum momento, mas estava adiando. Quando foi preciso colocar em prática, a falta de cultura digital, falta de conhecimento e habilidades das equipes prejudicou o andamento.
Então, toda vez que identificar questões que podem impactar o seu negócio, busque entender o que está bloqueando a execução. Não espere uma adversidade bater à porta. Além disso, escolha bem as ações a serem executadas, já que muitas iniciativas não costumam dar certo porque dispersa energia e tempo.
A equipe de gestão deve se concentrar em escolher ações que possam realmente mudar a estrutura e facilitar a execução de outras. Outro ponto importante é dar autonomia para as lideranças. Geralmente uma mudança estratégica deixa a diretoria insegura e acaba centralizando toda e qualquer decisão. Isso emperra ainda mais os processos.
Se eu puder dizer a cada um de vocês, empresários, algo que realmente pode transformar o seu negócio, oferecer um “upgrade”, é isso: deixe claro os objetivos, as decisões que a liderança pode tomar, deixe o fluxo de informação fluído. Nós sabemos que pode ser desafiador soltar as redes, descentralizar, mas extremamente necessário.
Por fim, estimule a cultura de mudança e inovação, com pensamentos motivadores e incentivos para a nova fase. A estrutura da organização e as carreiras podem ser fatores importantes, um exemplo é que se você quer digitalizar, pensar em promover vendedores para um cargo nessa área, pode estimular a desenvolver habilidades para isso.
Ou quem sabe desenvolver campanhas de incentivo direcionadas a estratégias para que as equipes sejam estimuladas. Investir no seu time é o que vai fazer a diferença. Há uma frase que diz assim “o sucesso só vem antes do trabalho no dicionário”. Podemos completar com o trabalho conjunto, pois juntos sem dúvida vamos muito mais longe!
Dayane Nascimento, consultora marketing com formação na UFMT, especialista em planejamento estratégico e economia comportamento pela ESPM/SP e empresária
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabano News